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- O advogado de Mauro Cid negou plano de fuga após viagem da família aos EUA, em maio, alegando motivo familiar.
- O STF revogou a prisão e o tenente-coronel Cid prestou depoimento à PF em Brasília no dia 13 de junho.
- Com cidadania portuguesa reconhecida, Mauro Cid é alvo de suspeitas do MPF, mas a defesa contesta qualquer ilegalidade.
O advogado Cezar Bitencourt, que defende o tenente-coronel Mauro Cid, afirmou que o militar não deve explicações sobre a viagem de sua família aos Estados Unidos. A declaração ocorreu após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pedir a prisão de Cid, alegando risco de fuga.
“Dane-se o PGR. A vida do Cid segue indiferente à existência do processo”, escreveu Bitencourt à Folha de S.Paulo. Depois, o advogado pediu desculpas pela expressão usada.
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Viagem da família e suspeita de fuga
A família de Mauro Cid viajou aos EUA em 30 de maio. Segundo Bitencourt, o objetivo era participar do aniversário de 15 anos da sobrinha do militar. A viagem ocorreu em voo da Copa Airlines, com escala no Panamá.
Para o Ministério Público Federal, a viagem, somada a tentativas de obtenção de passaporte português, indica possível plano de fuga. A suspeita envolve também o ex-ministro Gilson Machado, que foi preso, mas teve a prisão revogada.
STF revoga prisão e PF ouve Cid
Na sexta-feira (13), a Polícia Federal foi até a casa de Cid com mandado de prisão. No local, os agentes foram informados da revogação da ordem pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O STF confirmou que o militar não foi preso. Cid compareceu à sede da PF em Brasília para prestar depoimento no mesmo dia.
Defesa nega relação da família com o processo
Segundo Bitencourt, os familiares de Cid não têm ligação com o processo. “Ela não tem nada a ver com o processo do Cid e não deve explicação a ninguém!”, afirmou o advogado em mensagem à imprensa.
Apesar disso, registros mostram passagens de volta compradas para 20 de junho. A defesa sustenta que não há data definida para o retorno.
Cidadania portuguesa e contexto político
Mauro Cid concluiu em 2024 o processo de reconhecimento da cidadania portuguesa. A mãe do militar é portuguesa, o que garantiu a ele uma carteira de identidade válida até 2035.
Segundo a defesa, o documento não permite entrada automática em Portugal. Serve apenas como identificação dentro do país europeu.
No contexto político nacional, o caso reforça a tensão entre Judiciário e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. No Amazonas, parlamentares da oposição repercutem o episódio como tentativa de criminalização de militares ligados ao governo anterior.
O Ministério Público Federal não comentou o caso. A investigação segue sob sigilo.