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- Mauro Cid foi levado à PF em Brasília em 13 de junho, suspeito de tentar fugir com passaporte português falso.
- A operação resultou na prisão de Gilson Machado e pode afetar aliados bolsonaristas no Amazonas e em todo o país.
- O STF avalia se Mauro Cid violou sua delação, o que pode levar a novas prisões e impactos políticos.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi alvo de nova ação da Polícia Federal nesta sexta-feira, 13 de junho. A operação ocorreu após suspeitas de que Cid teria tentado fugir do país utilizando documentação portuguesa. A ordem de prisão foi expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mas revogada minutos antes de sua execução.
Mesmo sem a prisão ser efetivada, Mauro Cid foi conduzido à sede da Polícia Federal em Brasília. Lá, prestou novo depoimento no inquérito que investiga sua suposta tentativa de evasão. A movimentação ocorre no contexto das investigações sobre a atuação de aliados do ex-presidente Bolsonaro.
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Investigação aponta tentativa de fuga
Segundo a PF, Cid teria buscado apoio para obter um passaporte português. A ação levou à prisão do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, em Recife, acusado de ajudar na suposta fuga. A investigação segue sob sigilo e envolve outros nomes do núcleo bolsonarista.
O STF mantém Cid sob monitoramento desde sua colaboração premiada. Ele já admitiu participação em esquemas de venda de joias e fraudes em cartões de vacinação. A nova suspeita pode comprometer os termos de sua delação.
Reflexos políticos no Amazonas e no Brasil
No Amazonas, parlamentares da base bolsonarista acompanham o caso com cautela. A bancada federal do estado, em sua maioria alinhada à direita, evita comentar publicamente. Segundo dados da Câmara dos Deputados, ao menos 5 dos 8 deputados amazonenses apoiaram Bolsonaro em 2022.
Especialistas apontam que o avanço das investigações pode influenciar o cenário eleitoral de 2024. A instabilidade jurídica de figuras ligadas ao ex-presidente pode enfraquecer candidaturas conservadoras, inclusive em cidades do interior do Amazonas.
Pressão judicial sobre aliados de Bolsonaro
O caso Mauro Cid se soma a outras frentes de apuração sobre o bolsonarismo. Entre elas, estão os atos golpistas de 8 de janeiro, fraudes em documentos oficiais e uso indevido da estrutura do Estado. O STF tem adotado medidas cautelares para garantir o andamento das investigações.
Para o Supremo, a tentativa de fuga pode indicar risco à ordem pública. A movimentação de Cid reforça a necessidade de vigilância sobre delatores premiados. A Corte avalia se o militar violou os termos de sua colaboração.
O processo segue sob relatoria de Alexandre de Moraes. Novas diligências devem ocorrer nos próximos dias. A expectativa é de que novas prisões preventivas possam ser autorizadas, caso haja indícios concretos de obstrução de justiça.
No contexto nacional, o episódio reacende o debate sobre a responsabilização de militares na política. No Amazonas, onde a presença das Forças Armadas é forte, o tema ganha atenção especial.