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- Mauro Cid prestou depoimento ao STF nesta segunda (14), como parte de sua delação premiada à Polícia Federal.
- Ele foi ouvido como testemunha de acusação contra réus dos núcleos 2, 3 e 4 da suposta trama golpista.
- O Amazonas, com 2,4 milhões de eleitores, acompanha os desdobramentos que podem impactar alianças locais.
- Depoimentos das testemunhas de defesa seguem até 23 de julho e podem influenciar novas denúncias no STF.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), prestou novo depoimento nesta segunda-feira (14) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da investigação sobre a suposta trama golpista durante o governo do ex-presidente. A oitiva começou às 14h15, por videoconferência, e ocorre como parte do acordo de delação premiada firmado por Cid com a Polícia Federal (PF).
Convocado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Cid foi ouvido como testemunha de acusação contra os réus dos núcleos 2, 3 e 4 do inquérito. O processo investiga uma possível tentativa de ruptura institucional após as eleições de 2022.
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Depoimento de Mauro Cid é estratégico para o avanço das investigações
Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, o depoimento não pôde ser gravado, transmitido ou fotografado. Advogados de defesa e representantes da imprensa acompanharam a sessão, que pode influenciar diretamente as próximas fases do processo.
O depoimento de Cid marca o início de uma nova etapa da ação penal. A partir desta terça-feira (15), começam os depoimentos das testemunhas indicadas pelos réus dos núcleos investigados. A previsão é que as oitivas se estendam até 23 de julho.
Quem são os réus dos núcleos da suposta trama golpista?
O processo é dividido em quatro núcleos, com diferentes níveis de envolvimento:
- Núcleo 1: Inclui Jair Bolsonaro, Mauro Cid, Augusto Heleno, Anderson Torres e outros ex-ministros e militares de alta patente.
- Núcleo 2: Reúne ex-assessores próximos de Bolsonaro e autoridades da segurança pública do DF, como Silvinei Vasques e Filipe Martins.
- Núcleo 3: Formado majoritariamente por oficiais das Forças Armadas, como generais e coronéis investigados por participação em articulações paralelas.
- Núcleo 4: Envolve civis e militares da reserva, além de nomes ligados à elaboração de relatórios técnicos e à disseminação de desinformação.
Contexto nacional e impacto político no Amazonas
O avanço das investigações no STF repercute em todo o país, incluindo o Amazonas, onde o cenário político local acompanha com atenção os desdobramentos. Segundo o TSE, o estado registrou 2,4 milhões de eleitores em 2022, sendo um dos maiores colégios eleitorais da Região Norte.
A apuração sobre a trama golpista também pressiona lideranças locais a se posicionarem sobre temas como democracia, segurança institucional e atuação das Forças Armadas. O caso pode influenciar alianças para as eleições municipais de 2024.
Próximos passos no processo da trama golpista
Com o encerramento dos depoimentos de testemunhas do núcleo 1 em junho, o foco agora está nos réus dos núcleos 2, 3 e 4. Após essa etapa, Moraes poderá decidir sobre o recebimento da denúncia, abertura de ação penal e possíveis medidas cautelares.
O STF ainda deve avaliar se os acordos de colaboração premiada, como o de Cid, serão homologados integralmente e usados como base para novas denúncias.
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