A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participa nesta quarta-feira (7) de audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. O encontro foi solicitado por parlamentares da oposição e deve abordar temas sensíveis da agenda ambiental do governo federal.
Entre os principais pontos está a pavimentação da BR-319, rodovia que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO). A obra é defendida por parte da bancada ruralista, que critica a atuação da ministra.
BR-319 e o impacto ambiental
O deputado Evair Melo (PP-ES) afirma que Marina tem dificultado o avanço da BR-319. Segundo ele, a ministra impõe barreiras ambientais ao projeto, considerado estratégico para o escoamento da produção da Região Norte.
A BR-319 é alvo de debates sobre impactos ambientais na Amazônia. Órgãos como o Ibama e o ICMBio alertam para riscos à biodiversidade. A rodovia corta áreas sensíveis de floresta nativa, o que exige licenciamento rigoroso.
Críticas da oposição e clima político
O clima na audiência pode ser tenso. Há três semanas, Evair Melo chamou Marina de “um câncer contra o desenvolvimento do país” em discurso na Câmara. A declaração elevou o tom da disputa política em torno da agenda ambiental.
Outro parlamentar que pediu a convocação foi Rodolfo Nogueira (PL-MS). Ambos fazem parte da oposição ao governo Lula e têm se posicionado contra medidas de proteção ambiental que, segundo eles, travam o setor produtivo.
Desmatamento, queimadas e COP-30
Além da BR-319, Marina será questionada sobre o aumento de queimadas e o planejamento da COP-30, prevista para 2025 em Belém (PA). Parlamentares querem esclarecimentos sobre obras na região e possíveis danos ambientais.
Dados do MapBiomas indicam que o Brasil registrou 30,8 milhões de hectares queimados em 2023. O número representa alta de 79% em relação a 2022. A Amazônia concentra grande parte dessas ocorrências.
Amazonas no centro do debate
A pavimentação da BR-319 é vista por políticos do Amazonas como essencial para a integração regional. No entanto, ambientalistas alertam para riscos ao bioma amazônico, que já sofre com desmatamento e queimadas.
O governo federal tenta equilibrar desenvolvimento e preservação. A presença de Marina na Câmara será uma oportunidade para esclarecer a posição do ministério sobre obras e políticas ambientais na região Norte.
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