O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia nova agenda internacional nesta semana. A primeira parada será em Moscou, na Rússia, entre os dias 8 e 10 de maio. Lula foi convidado por Vladimir Putin para participar das comemorações pelos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, no tradicional desfile de 9 de maio.
Durante a visita, está prevista uma reunião bilateral entre os dois líderes. O encontro reforça os laços entre Brasil e Rússia, países que integram o grupo BRICS. A viagem ocorre em meio a críticas sobre os custos de deslocamentos internacionais com recursos públicos.
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Viagem à China e impactos geopolíticos
Após a Rússia, Lula segue para a China. Nos dias 12 e 13 de maio, ele participará da Cúpula entre China e países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O encontro será com o presidente Xi Jinping, em meio à tensão comercial entre China e Estados Unidos.
O Brasil busca ampliar relações comerciais com o país asiático, seu principal parceiro econômico. Em 2023, a China representou 30,7% das exportações brasileiras, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Repercussão no Brasil e no Amazonas
As viagens internacionais de Lula geram debates sobre o uso de verbas públicas. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), os gastos com deslocamentos presidenciais devem seguir critérios de transparência e interesse público.
No Amazonas, a visita à China desperta atenção por causa da Zona Franca de Manaus. A região depende de incentivos fiscais e exportações para países asiáticos. A ampliação de acordos comerciais pode beneficiar a indústria local, especialmente nos setores de eletroeletrônicos e duas rodas.
Relações internacionais e política interna
Lula tem priorizado a política externa como estratégia de reposicionamento global. Em 2023, realizou 15 viagens internacionais, segundo o Ministério das Relações Exteriores. Críticos apontam que o foco externo pode desviar atenção de problemas internos, como saúde e segurança pública.
Por outro lado, o governo defende que os acordos internacionais fortalecem a economia nacional. A presença em fóruns multilaterais como BRICS e Celac visa ampliar a influência brasileira e atrair investimentos.
Custos e transparência
O Palácio do Planalto não divulgou o custo total da viagem. Em 2023, uma viagem semelhante à China custou R$ 2,6 milhões, segundo o Portal da Transparência. A Controladoria-Geral da União recomenda divulgação detalhada dos gastos.
A sociedade civil e parlamentares do Amazonas cobram mais clareza. A expectativa é que os benefícios econômicos superem os custos envolvidos. A relação com a China, por exemplo, pode abrir novos mercados para produtos amazônicos como pescado e madeira legalizada.
Conclusão
As viagens de Lula à Rússia e China reforçam a diplomacia presidencial. No entanto, exigem equilíbrio entre projeção internacional e responsabilidade fiscal. O Amazonas observa os desdobramentos com interesse, de olho em oportunidades comerciais e impactos regionais.