Licenciamento da BR-319 exige metas ambientais efetivas

Obra só poderá avançar após redução comprovada do desmatamento, grilagem e queimadas na região amazônica.

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  • Governo federal condiciona o licenciamento da BR-319 a metas ambientais comprovadas na região amazônica.
  • Plano BR-319 prevê redução de desmatamento, grilagem e incêndios antes da retomada da obra.
  • Estrutura do plano inclui ações emergenciais, PPPs e Avaliação Ambiental Estratégica.
  • Rodovia atravessa área sob forte pressão ambiental, exigindo governança integrada e soluções sustentáveis.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima informou que o processo de licenciamento ambiental para o asfaltamento do trecho central da BR-319 — entre os km 177,8 e 655,7 — só será retomado após a apresentação de resultados concretos do Plano BR-319. A exigência inclui a redução do desmatamento, da grilagem e dos incêndios na região.

O plano está sendo elaborado em conjunto com o Ministério dos Transportes e a Casa Civil, com foco em ações integradas de proteção socioambiental e ordenamento territorial ao longo da rodovia.

Licença para BR-319 depende de metas ambientais comprovadas

Segundo nota oficial enviada ao BNC Amazonas, o governo federal estabeleceu como condição para retomar o licenciamento a implementação de medidas que fortaleçam a governança e o uso sustentável da terra. A proposta inclui:

  • Criação e consolidação de áreas protegidas;
  • Reconhecimento de territórios indígenas e tradicionais;
  • Regularização fundiária e ambiental;
  • Restauração de áreas griladas;
  • Reforço na fiscalização e combate a incêndios.

O trecho central da BR-319 corta áreas sensíveis da Amazônia, o que exige planejamento detalhado para evitar impactos irreversíveis.

Como será estruturado o Plano BR-319?

O plano será conduzido por dois colegiados interministeriais: uma comissão de ministros e um comitê executivo técnico. A estruturação será dividida em três eixos principais:

  • Ações emergenciais de governança socioambiental em uma faixa de 50 km de cada lado da rodovia;
  • Parceria Público-Privada para garantir governança de longo prazo com foco no desenvolvimento sustentável;
  • Avaliação Ambiental Estratégica para mapear os impactos da pavimentação.

Essas medidas buscam garantir que qualquer avanço na obra ocorra com base em evidências e respeito às populações locais.

Governança e impactos da BR-319 no contexto amazônico

O Ministério do Meio Ambiente reforça que a BR-319 atravessa um território sob forte pressão ambiental. Por isso, o plano considera soluções de curto, médio e longo prazo, articuladas entre União, estados e municípios.

“O plano terá como base a perspectiva de que a BR-319 abrange um território sensível e sujeito a pressão, e que, portanto, exige planejamento, governança, articulação interfederativa e soluções de curto, médio e longo prazo”, afirma a nota da pasta.

A retomada do licenciamento só ocorrerá se o plano alcançar resultados efetivos, com foco na mitigação de impactos diretos e indiretos da obra.

Leia a nota do Ministério do Meio Ambiente na íntegra

“O plano terá como base a perspectiva de que a BR-319 abrange um território sensível e sujeito a pressão, e que, portanto, exige planejamento, governança, articulação interfederativa e soluções de curto, médio e longo prazo. A partir disso, o processo de licenciamento ambiental poderá ser retomado, tendo como foco a mitigação dos impactos diretos e indiretos dimensionados no plano de ação.”

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