Lei nº 6.469/2023 proíbe menores em paradas LGBTQIA+

Medida visa restringir a participação de crianças e adolescentes em eventos LGBTQIA+, alegando proteção à infância e preservação de valores familiares.

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) validou a Lei nº 6.469/2023, que proíbe a presença de menores em eventos da parada LGBTQIAPN+ no Amazonas. A norma é de autoria do deputado estadual Delegado Péricles (PL). O parecer foi assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet.

Segundo o parlamentar, a medida visa proteger crianças da exposição a conteúdos de conotação sexual. O parecer da PGR reforça esse entendimento, ao considerar que a restrição tem base constitucional e atende ao princípio da proteção integral da infância.

Lei estadual e proteção à infância

A lei proíbe a participação de menores em eventos com manifestações públicas de conteúdo erótico. A justificativa é evitar a erotização precoce. O texto foi alvo de questionamentos nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 7584 e 7585.

As ações foram movidas por entidades como a Aliança Nacional LGBTI+ e a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (Abrafh). Elas argumentam que a norma fere direitos constitucionais, como liberdade de expressão e direito de reunião.

PGR e AGU divergem sobre constitucionalidade

A PGR sustenta que a restrição é legítima para proteger menores de idade. Segundo Gonet, ainda que as paradas sejam manifestações democráticas, há conteúdos inadequados a crianças, como nudez e apelos visuais.

Já a Advocacia-Geral da União (AGU) defende a inconstitucionalidade da lei. A AGU argumenta que uma norma estadual não pode limitar direitos assegurados pela Constituição Federal, como o acesso à cultura e à livre manifestação.

Contexto político no Amazonas e no Brasil

Delegado Péricles tem pautado seu mandato em propostas voltadas à família e infância. A aprovação da lei ocorre em meio a debates nacionais sobre limites entre liberdade de expressão e proteção de menores.

O caso agora está sob relatoria do ministro Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão final poderá influenciar legislações semelhantes em outros estados.

Para o deputado, o parecer da PGR representa um reforço à sua agenda. “Seguirei firme na defesa dos valores em que acredito”, declarou em nota oficial.

Impacto jurídico e social

Se o STF seguir o parecer da PGR, a lei seguirá válida no Amazonas. A medida poderá criar precedente jurídico sobre o tema em outras unidades da federação.

O debate envolve temas sensíveis, como direitos da comunidade LGBTQIAPN+ e políticas públicas para infância. A decisão do STF será observada de perto por juristas, parlamentares e movimentos sociais.

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