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- Milhares participaram da Marcha da Maconha em SP no sábado (14), exigindo legalização e justiça social por meio do protesto.
- Marcelo D2 e o MST marcaram presença, reforçando o caráter político da mobilização contra o racismo e a repressão.
- O debate sobre a legalização da maconha cresce, apesar de projetos no Congresso que endurecem a criminalização do porte.
A 17ª edição da Marcha da Maconha reuniu milhares de pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, neste sábado (14). O evento defende a legalização da cannabis no Brasil e combate a repressão ao seu uso. Com o lema “O Clima Tá Tenso”, a mobilização abordou três eixos principais: liberdade, direito e reparação.
Entre os participantes estavam o rapper Marcelo D2 e representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A presença de lideranças populares reforça o caráter político e social da marcha.
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Legalização da cannabis no Brasil
O debate sobre a legalização da maconha avança em diversos países da América Latina. No Brasil, o tema ainda enfrenta resistência no Congresso Nacional. A Marcha da Maconha busca pressionar o poder público por mudanças legislativas.
Segundo o site da Câmara dos Deputados, tramita no Legislativo um projeto que criminaliza o porte de qualquer quantidade de drogas. A proposta contraria decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF), que discute a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal.
Reparação e justiça social
O eixo “reparação” da marcha destaca os impactos da guerra às drogas. Jovens negros e periféricos são os mais afetados pelas prisões por tráfico. O sistema penal brasileiro apresenta desigualdades raciais, como mostram dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Luciano Carvalho, diretor estadual do MST, afirmou que a marcha se alinha às pautas do movimento. “É um espaço contra o preconceito, o latifúndio e o Estado opressor”, declarou.
Uso medicinal da maconha
A cannabis também é defendida por seu potencial terapêutico. Pacientes relatam melhora em quadros de ansiedade, epilepsia e dores crônicas. Bekoy, indígena Tupinambá, relatou que o óleo de cannabis foi essencial para sua saúde mental.
“Foi através da maconha que consegui viver. Essa planta salva vidas”, afirmou. No Amazonas, famílias recorrem à Justiça para obter autorização para importar medicamentos à base de cannabis, conforme reportado pela G1 Amazonas.
Contexto político no Amazonas
No estado do Amazonas, o debate sobre a legalização ainda é tímido. A bancada federal amazonense não apresenta projetos sobre o tema. No entanto, movimentos sociais locais começam a se articular em defesa do uso medicinal e da descriminalização.
A Marcha da Maconha em São Paulo reforça a necessidade de um debate amplo e nacional. A legalização da cannabis envolve saúde pública, segurança e justiça social.