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- O STF iniciou em 10 de junho o interrogatório de Bolsonaro, investigado por tentativa de golpe para barrar a posse de Lula.
- Segundo a PGR, Bolsonaro sugeriu mudanças em minuta golpista e participou de reuniões com militares e aliados.
- O interrogatório de Bolsonaro pode impactar o cenário político de 2026, especialmente em estados como o Amazonas.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), iniciou nesta segunda-feira (10) o interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. A ação penal apura o envolvimento de militares, ex-ministros e aliados do ex-presidente na tentativa de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2022.
Bolsonaro é um dos oito réus do chamado “núcleo 1”, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A acusação aponta que o grupo planejou medidas inconstitucionais para reverter o resultado das eleições presidenciais.
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Trama golpista e a participação de Bolsonaro
Segundo a PGR, Bolsonaro teve acesso a uma minuta de decreto que previa estado de sítio e a prisão de ministros do STF. O documento teria sido discutido em reuniões com militares e assessores próximos, incluindo o ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid.
Em delação premiada, Cid afirmou que Bolsonaro participou da apresentação da minuta e sugeriu alterações. Uma das mudanças propostas incluía a prisão apenas do ministro Alexandre de Moraes.
Avanço dos interrogatórios no STF
Os interrogatórios dos réus começaram em 9 de junho e seguem até o dia 13. Já foram ouvidos Mauro Cid, Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça) e Augusto Heleno (ex-ministro do GSI).
Além de Bolsonaro, ainda serão ouvidos Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, e Walter Braga Netto, general do Exército e ex-ministro da Casa Civil.
Contexto político e impactos no Amazonas
A investigação repercute em todo o país, incluindo o Amazonas, onde Bolsonaro obteve ampla votação em 2022. Segundo o TSE, o ex-presidente teve mais de 1 milhão de votos no estado no segundo turno.
Lideranças políticas do Amazonas observam com atenção o desfecho do processo. A possível condenação pode impactar o cenário eleitoral de 2026 e a relação entre forças políticas locais e nacionais.
Próximos passos do julgamento
O STF deve concluir os interrogatórios nesta semana. A fase seguinte é a apresentação das alegações finais das defesas e da PGR. O julgamento, que pode resultar em penas superiores a 30 anos de prisão, está previsto para o segundo semestre de 2024.
O processo é acompanhado de perto por instituições como o Ministério Público Federal e pela sociedade civil, em meio a debates sobre democracia e estabilidade institucional no Brasil.