O período de estiagem pelo qual passa o Amazonas pode afetar a qualidade nutricional de ovos e frangos de corte. Neste sentido, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) alerta aos avicultores que tomem medidas emergenciais para evitar perdas nas produções de ovos e corte.
Como órgão de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), o instituto coloca o corpo técnico à disposição dos agricultores familiares para orientar sobre as melhores práticas para o manejo das aves, conforme enfatiza o diretor-presidente do Idam, Vanderlei Alvino.
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“O Idam tem unidade em todos os municípios do Amazonas, com técnicos que podem orientar os produtores familiares. Os cuidados são determinantes para proteger as aves do estresse térmico e garantir que as produções não sejam comprometidas”, orientou o gestor.
Riscos
O coordenador do Projeto Prioritário da Avicultura do Idam, João Marcos Miranda dos Santos, explica que as aves sofrem com o estresse térmico, o que pode ocasionar morte súbita ou canibalismo entre os animais. Além disso, a perda nutricional nos ovos e a dificuldade para ganho de peso nas aves de corte são outros problemas graves enfrentados pelos produtores durante a estiagem.
“No calor, as aves diminuem o consumo de alimentos e passam a consumir mais água. Então, com a diminuição da quantidade de alimento, também há a redução do teor nutricional depositado no ovo e na carne para quem trabalha com frango de corte. Para mitigar essa situação, nós temos formas de manejo mais adequadas para esse período”, explicou o coordenador.
Orientações
Entre as orientações, o técnico destaca o fracionamento da ração de duas para quatro vezes ao dia, disponibilizada nos horários menos quentes e a introdução de polivitamínicos nos horários mais quentes. Segundo João Marcos, os suplementos podem ser adquiridos em casas agropecuárias sem exigência de receita ou consulta ao veterinário.
Para proteger as aves e diminuir os efeitos do calor intenso, o técnico orienta os produtores familiares a recolherem as aves em galpões cobertos, com ventiladores posicionados na transversal, a fim de melhorar a sensação térmica. Uma outra orientação importante é não deixar as aves em espaço aberto durante os horários mais quentes.
No piquete, os produtores rurais são orientados a usarem cobertura vegetal, como grama e forragens, arbóreas de médio porte, não frutíferas, para não atrair aves silvestres possíveis transmissoras de doenças. O microclima manterá o ambiente agradável para os animais aliado ao fornecimento de muita água.
“O fornecimento e observação à temperatura da água é muito importante, principalmente para quem trabalha com galpões abastecidos por caixas d’água. De preferência, fazer cobertura para as caixas e nunca ofertar água quente aos animais e, sim, água mais fresca possível. A água que você consegue beber é a mesma que você oferece as aves”, finalizou o coordenador.