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- O Congresso derrubou o reajuste do IOF em Brasília, em ação articulada por Alcolumbre e Motta para pressionar o governo.
- O governo Lula teme prejuízos a programas sociais e vê risco à sua autoridade diante da ofensiva parlamentar.
- O PT planeja mobilizar redes sociais e defender a taxação dos super-ricos como resposta à crise com o Congresso.
O embate político entre o governo Lula e o Congresso ganhou novos contornos após a derrubada do reajuste do IOF. A medida, articulada por Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB), é vista pelo PT como tentativa de enfraquecer o Planalto e dificultar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo líderes petistas, a revogação do imposto compromete programas sociais e sinaliza uma ofensiva política. A decisão foi tomada sem aviso prévio, o que acentuou a tensão entre os Poderes.
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Crise entre Executivo e Legislativo
Nos bastidores, o PT acredita que a medida foi usada como pressão para mudanças ministeriais. Alcolumbre teria agido para forçar a saída de Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, devido a disputas por cargos em agências reguladoras.
Hugo Motta, por sua vez, expressou insatisfação com a comunicação do governo. Em conversa com um interlocutor de Lula, criticou a narrativa de que o Congresso seria responsável por aumento na conta de luz.
Governo planeja reação pública
Para o Planalto, a derrubada do IOF por Projeto de Decreto Legislativo fere a prerrogativa do Executivo. O governo avalia que ceder nesse ponto abriria espaço para o Congresso assumir funções do Executivo.
Lula demonstrou irritação e, segundo aliados, não pretende negociar em desvantagem. A orientação é reequilibrar forças antes de qualquer diálogo com Alcolumbre ou Motta.
PT quer mobilizar opinião pública
O partido planeja campanhas para defender temas com apelo popular. Entre eles, a taxação dos super-ricos, regulamentação das bets e o impacto do Centrão sobre o custo da energia.
A estratégia inclui uso intensivo das redes sociais e articulação no Congresso para retomar pontos da medida provisória que previa o reajuste do IOF.
Congresso vê relação desgastada
No Congresso, líderes dizem que a relação com o Planalto está arranhada. A última vez que um decreto presidencial foi derrubado integralmente foi em 1987, no governo Collor.
Deputados com base no Amazonas acompanham com cautela. A região depende de programas federais e teme prejuízos com o impasse entre os Poderes.
Parlamentares avaliam que o envolvimento do STF pode agravar a crise institucional. Há receio de que emendas parlamentares fiquem travadas, como ocorreu em disputas anteriores.
Enquanto isso, o governo Lula busca apoio popular para sustentar sua agenda econômica e social. O cenário indica que o embate entre Executivo e Legislativo deve se intensificar nos próximos meses.