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- O 15º Fórum Parlamentar dos Brics reuniu representantes de 16 países para discutir temas como comércio, saúde, clima e tecnologia.
- Parlamentares defenderam o uso de moedas locais no comércio e criticaram medidas protecionistas.
- O documento final propõe acesso equitativo a medicamentos, financiamento climático justo e regulação ética da inteligência artificial.
- O encontro reforça o papel político do Brics como voz do Sul Global nas decisões internacionais.
O 15º Fórum Parlamentar dos Brics terminou nesta quinta-feira (5), em Brasília, com a aprovação de uma declaração conjunta. O documento reúne compromissos de 16 países membros e parceiros do bloco. Entre os temas debatidos estão comércio justo, saúde, clima, Inteligência Artificial e reforma da governança global.
O evento contou com a presença de representantes de Brasil, China, Rússia, Índia, África do Sul, Irã, Egito, Etiópia, Cuba, Bolívia, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e Nigéria. A reunião reforça o papel político do Brics como contraponto aos países desenvolvidos.
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Comércio internacional e moedas locais
Os parlamentares criticaram ações protecionistas e defenderam o sistema multilateral de comércio. Segundo o texto, o modelo deve ser baseado em regras, transparente e orientado por consenso. O grupo também apoia o uso de moedas locais nas transações entre os países do bloco.
Esse posicionamento pode impactar o comércio exterior do Brasil e do Amazonas. O estado exporta para países do Brics como China e Índia, com destaque para produtos do Polo Industrial de Manaus.
Saúde e acesso a medicamentos
O documento defende acesso equitativo a vacinas, medicamentos e tecnologias. Também propõe ações contra doenças negligenciadas e resistência antimicrobiana. A medida pode beneficiar regiões como a Amazônia, onde doenças tropicais são recorrentes.
Segundo o Ministério da Saúde, o Amazonas enfrenta surtos de malária e hepatites virais. O apoio internacional pode fortalecer políticas públicas locais.
Clima e financiamento verde
O Fórum reforçou a cobrança por financiamento climático dos países desenvolvidos. O grupo exige apoio sem impor encargos aos países do Sul Global. Também defende cooperação em mercados de carbono e transferência de tecnologia.
A declaração cita a COP30, em Belém, como marco para ações conjuntas. A floresta amazônica é estratégica para o Brasil nas negociações climáticas globais.
Regulação da Inteligência Artificial
Os parlamentares pedem marcos legais para uso ético da IA. O objetivo é garantir transparência, diversidade cultural e direitos humanos. Também propõem fortalecer a soberania digital e a proteção de dados.
No Brasil, o tema é discutido no Marco Legal da IA. A regulação pode afetar setores industriais do Amazonas, como eletroeletrônicos e informática.
Governança global e segurança
O grupo defende reformas na ONU e no Conselho de Segurança. O objetivo é ampliar a participação do Sul Global em decisões internacionais. O texto também condena o terrorismo e pede soluções pacíficas para conflitos.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, destacou o papel estratégico do Brics. Segundo ele, o bloco representa 40% do PIB global e 3,5 bilhões de pessoas.
Para o Brasil e o Amazonas, a articulação no Brics pode fortalecer a posição em temas como desenvolvimento sustentável, comércio e clima.