Fernando Haddad cobra dos EUA apoio à América Latina

Ministro defende maior integração econômica e investimentos para desenvolvimento regional sustentável.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta segunda-feira (12) que os Estados Unidos adotem uma postura mais generosa com a América Latina. A declaração foi feita em entrevista ao Canal UOL, em São Paulo, após encontro com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent.

Haddad afirmou que alertou o governo dos EUA sobre a incoerência de impor tarifas à América do Sul, região que mantém déficit comercial com os norte-americanos. “Não faz sentido taxar quem já é deficitário”, disse o ministro.

Relações comerciais e equilíbrio regional

Para Haddad, os Estados Unidos precisam repensar sua estratégia regional. Segundo ele, um continente mais equilibrado economicamente favorece a segurança e o crescimento de todos os países envolvidos.

“Quanto mais vulnerável um país, mais ele vira alvo de interesses externos”, afirmou. O Brasil, segundo o ministro, busca manter relações comerciais com diferentes nações sem se alinhar a disputas como a guerra comercial entre EUA e China.

Fraude na Previdência e atuação da PF

Haddad também comentou a descoberta de fraudes em descontos indevidos sobre aposentadorias e pensões. Ele classificou o esquema como “indigno” e defendeu punição exemplar aos envolvidos.

O caso está sob investigação da Polícia Federal. O ministro comparou a situação com a “Máfia do ISS” desvendada durante sua gestão na prefeitura de São Paulo, destacando a importância de envolver instituições de Estado para garantir justiça.

Previsão do PIB e cenário econômico

Haddad prevê crescimento de 2,5% no PIB em 2024, mesmo com os juros altos. A meta do governo é alcançar média de 3% ao final do mandato de Lula.

“Vamos entregar um país melhor do que recebemos”, disse. No Amazonas, o impacto de políticas fiscais e investimentos federais é acompanhado de perto, especialmente em setores como indústria e bioeconomia.

Inflação do café e produção agrícola

O ministro comentou a alta nos preços do café, causada pela demanda externa. Segundo ele, o Ministério da Fazenda estuda medidas para o setor.

Haddad explicou que a produção de café tem ciclos longos, o que dificulta ajustes rápidos. No Amazonas, produtores enfrentam desafios semelhantes com outras culturas, como açaí e guaraná.

Banco Master e regulação financeira

Questionado sobre o Banco Master, Haddad afirmou que o caso é de competência exclusiva do Banco Central. A instituição enfrenta dificuldades no mercado, incluindo operações com precatórios.

O Banco de Brasília negocia a compra do Master, mas o processo é acompanhado com cautela por analistas e órgãos reguladores.

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