O secretário municipal de limpeza pública, Sabá Reis, foi um dos 16 alvos da operação Marfim, deflagrada na manhã desta quinta-feira (22) pela Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal (MPF). Conforme o Radar adiantou, a ação está apurando possíveis crimes de sonegação fiscal, obtenção de notas fiscais “frias” e lavagem de dinheiro envolvendo a empresa Mamute Conservação, que recebeu mais de R$ 147 milhões da Prefeitura de Manaus, na gestão de David Almeida (Avante), durante o ano de 2022.
A reportagem apurou com exclusividade que as buscas aconteceram de forma simultânea em várias regiões da cidade, inclusive na mansão do empresário Cirilo Anunciação, que é ex-sócio da Mamute Conservação, no condomínio Residencial Ephigênio Salles. A PF informou que está cumprindo 16 mandados de busca e apreensão e o bloqueio de R$ 30 milhões, além de outros bens de 34 investigados.
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O objetivo da PF é obter provas relativas às operações fraudulentas utilizadas para esconder a ocorrência de sonegação fiscal, obtenção de notas fiscais “frias” e lavagem de dinheiro.
Com a operação, os órgãos envolvidos apuram indícios encontrados durante as investigações de prática de diversos crimes, tais como: sonegação fiscal, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
A ação é resultado de um relatório financeiro da Receita Federal, que apontou indícios de irregularidades ligadas a escritório
As investigações tiveram início há três anos, quando foram detectados indícios de que empresa que atua no ramo de limpeza pública comercializou com empresas de fachadas, consistindo na contabilização de despesas, produzidas a partir de notas fiscais de mercadorias e notas fiscais de serviços “frias”.
Auditores-Fiscais da Receita Federal já identificaram, até o momento, a participação de 10 empresas, algumas de fachada, escritório de advocacia, órgão público municipal, além dos respectivos sócios das empresas, advogados e empregados da empresa de limpeza pública.
Foram expedidos pela 2ª Vara Criminal/SJAM -Especializada no Julgamento de Crimes de Lavagem de Capitais, Contra o Sistema Financeiro e Cometidos por Organizações Criminosas 16 mandados de busca e apreensão.
As medidas cautelares de busca e apreensão visam obter elementos que comprovem a prática dos crimes investigados, além de aprofundar a investigação sobre o destino dos recursos.
Somadas, as penas dos crimes de sonegação fiscal, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e corrupção podem ultrapassar 30 anos.
O nome “Dente de Marfim” é uma alusão à empresa investigada, que tem o nome de um mamífero da mesma família dos elefantes e que foi extinto há mais de 10 mil anos.
Com informações do Radar Amazônico