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- O governo Lula acelerou emendas parlamentares em 2024 para fortalecer apoio no Congresso, especialmente junto ao centrão.
- União Brasil lidera repasses com R$ 130 milhões, seguido por PSD, PL, MDB e PT; PL recebeu R$ 418 milhões só nesta semana.
- Emendas parlamentares impulsionam influência do centrão e afetam distribuição de recursos no Amazonas e no Congresso Nacional.
O governo Lula intensificou o pagamento de emendas parlamentares em 2024, com foco no centrão. Segundo dados oficiais, 59% dos R$ 940 milhões pagos até agora foram destinados a partidos como PP, União Brasil, PSD e Republicanos.
Esses partidos também lideram os valores empenhados, com 54% dos R$ 3,13 bilhões reservados. O empenho indica compromisso de pagamento, mesmo que o repasse não ocorra imediatamente.
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Emendas parlamentares fortalecem centrão no Congresso
Apesar de estar na oposição, o PL, de Jair Bolsonaro, recebeu R$ 520 milhões. Somente nesta semana, foram liberados R$ 418 milhões ao partido — 17,7% do total pago a todas as siglas.
Na sequência, aparecem MDB (11,8%), PSD (11,7%) e PT (11,5%). A liberação ao PL é vista como tentativa do governo de evitar derrotas legislativas, como na votação que revogou decretos sobre o IOF.
Amazonas também é impactado pelas emendas
Deputados e senadores do Amazonas apresentaram emendas individuais para áreas como saúde e infraestrutura. A liberação desses recursos depende da articulação política com o Planalto.
Parlamentares amazonenses ligados ao centrão tendem a receber mais repasses. Isso reforça o papel estratégico do grupo nas decisões do governo federal.
Distribuição das emendas no Congresso Nacional
No Senado, o centrão ficou com 46% das emendas empenhadas. A base governista recebeu 37% e a oposição, 16%. Na Câmara, a divisão foi semelhante: 58% para o centrão, 28% para a base e 14% para a oposição.
Dos 8.861 pedidos apresentados, apenas 492 foram pagos. A maioria é de emendas individuais, sem valores empenhados para comissões.
União Brasil lidera entre os partidos beneficiados
O União Brasil recebeu R$ 130 milhões em emendas pagas. Em seguida, estão PSD (R$ 118 milhões), PL (R$ 117 milhões), MDB (R$ 108 milhões) e PT (R$ 99 milhões).
Com base frágil no Congresso, o governo Lula usa a liberação de recursos como estratégia para garantir apoio em votações sensíveis.