Eleições 2026 Amazonas: Mandel e Salazar em disputa acirrada

Candidatos polarizam o eleitorado e protagonizam uma das corridas mais equilibradas da história recente do estado.

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A decisão da Câmara dos Deputados em 6 de maio de 2025, que aumentou de oito para dez o número de vagas do Amazonas na Câmara Federal, reposiciona o tabuleiro político do estado. Com isso, dois nomes ganham destaque antecipado na corrida eleitoral de 2026.

São eles o deputado federal Amom Mandel (Cidadania) e o vereador Alexandre Salazar (PL), ambos fenômenos de votos em Manaus nas últimas eleições municipais.

Fenômenos eleitorais em Manaus

Em 2020, Mandel foi o mais jovem eleito da capital. Em 2022, tornou-se o deputado federal mais votado do Amazonas, com 288.555 votos, segundo o TSE. Já Salazar liderou a disputa para vereador em 2024, consolidando sua projeção estadual.

Com a ampliação das vagas, ambos aparecem empatados em segundo lugar com 10% das intenções de voto, segundo pesquisa com 2 mil eleitores em Manaus e 15 municípios. O líder do levantamento é Roberto Cidade (União Brasil), com 11%.

Desafios do quociente eleitoral

Apesar da vantagem numérica, Mandel enfrenta um dilema. Por ser muito votado, partidos evitam se coligar com ele, temendo não atingir o quociente. Em 2022, elegeu-se sozinho, mas não conseguiu puxar outro nome do Cidadania.

Se repetir o cenário, precisará novamente atingir a votação mínima isoladamente. Isso amplia o risco de perder a vaga, mesmo com boa votação individual.

Salazar pode surpreender

Salazar, com base consolidada e apoio do PL, pode crescer. Ele disputa o mesmo eleitorado de Mandel: urbano, jovem e antipolítica tradicional. Se o deputado não repetir os votos de 2022, o vereador pode superá-lo no quociente.

Além disso, Salazar pode compor uma chapa mais equilibrada, com maior chance de atingir o quociente coletivo.

Histórico de queda pós-vitória

A história joga contra Mandel. Desde 2002, nenhum deputado federal mais votado no Amazonas manteve a liderança na eleição seguinte. Casos como Vanessa Grazziotin, Carlos Souza, Arthur Bisneto e José Ricardo mostram quedas expressivas.

José Ricardo, por exemplo, caiu de 197 mil votos em 2018 para 89 mil em 2022 e não se reelegeu. A tendência histórica indica que o topo da votação costuma ser instável.

Contexto nacional e reflexos locais

A ampliação das vagas na Câmara reflete o crescimento populacional do Amazonas, conforme dados do IBGE. Nacionalmente, a mudança pode alterar o equilíbrio de forças partidárias no Congresso.

No Amazonas, a disputa entre Mandel e Salazar representa a renovação política em curso. Ambos simbolizam uma nova geração de políticos, mas enfrentam barreiras distintas para consolidar seus projetos em 2026.

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