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- A Polícia Federal investigou, em 8 de agosto, suposto desvio de recursos públicos envolvendo emendas no Ceará; Júnior Mano nega envolvimento.
- O STF autorizou bloqueio de até R$ 54 milhões e apreensões em seis cidades, incluindo Brasília e Fortaleza.
- Especialistas alertam para riscos no uso de emendas parlamentares e falta de controle sobre verbas federais no Brasil.
O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) negou envolvimento com o suposto desvio de recursos públicos investigado pela Operação Underhand, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (8). A investigação apura irregularidades em emendas parlamentares destinadas a municípios do Ceará, com possível impacto no uso de verbas federais em todo o Brasil, incluindo o Amazonas.
Em nota, a assessoria do parlamentar afirmou que ele “não exerce função administrativa em prefeituras” e “não participa de licitações ou contratos”. Júnior Mano declarou confiar nas instituições e reafirmou seu compromisso com a legalidade e a transparência.
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Deputado nega envolvimento em desvio de verbas públicas
Segundo a Polícia Federal, a operação investiga uma organização criminosa que fraudava licitações e contratos municipais. O objetivo seria desviar recursos públicos provenientes de emendas parlamentares. A investigação tem como foco municípios cearenses, mas levanta alertas sobre o controle de verbas federais em todo o país.
A ação foi autorizada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e contou com o apoio da Procuradoria-Geral da República (PGR). Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Brasília, Fortaleza, Baixio, Canindé, Eusébio e Nova Russas.
Impacto das emendas parlamentares no Amazonas e no Brasil
O caso reacende o debate sobre o uso de emendas parlamentares no Brasil. No Amazonas, o modelo também levanta questionamentos sobre transparência e fiscalização. Dados da Câmara dos Deputados mostram que, em 2023, o estado recebeu mais de R$ 1 bilhão em emendas, grande parte destinadas à saúde e infraestrutura.
O modelo atual permite que deputados destinem verbas diretamente a municípios. No entanto, especialistas alertam para o risco de uso político e falta de controle. A Controladoria-Geral da União (CGU) terá acesso integral às provas da operação.
STF autoriza bloqueio de bens e investigação de autoridades
Além do deputado Júnior Mano, outras cinco pessoas são investigadas. O STF autorizou o bloqueio de até R$ 54 milhões em bens dos suspeitos. A operação também apreendeu celulares e documentos, que serão analisados para identificar o possível envolvimento de autoridades com foro privilegiado.
O líder do PSB na Câmara, Pedro Campos, defendeu o respeito ao devido processo legal e o direito à ampla defesa. Ele destacou a importância de esclarecer os fatos com rapidez.
Contexto político e transparência no uso de recursos
O caso reforça a necessidade de mecanismos mais rígidos de controle no repasse de recursos públicos. No Amazonas e em outras regiões, o uso de emendas parlamentares deve ser acompanhado por órgãos de controle e pela sociedade civil.
O Brasil enfrenta desafios históricos na gestão de verbas públicas. Casos como o da Operação Underhand expõem fragilidades que impactam diretamente serviços essenciais nos municípios.