Desmatamento na Amazônia cresce 8,4% com alta de queimadas

Fogo impulsionado pela seca e mudanças climáticas acelera a destruição da floresta amazônica no período.

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  • O desmatamento na Amazônia cresceu entre janeiro e junho de 2025, segundo o Inpe, devido ao aumento dos incêndios.
  • Os alertas de desmatamento no primeiro semestre somaram 2.090 km², alta de 27% em relação a 2024.
  • Fogo em florestas primárias reflete efeitos da mudança do clima e exige governança ambiental mais eficaz.
  • O PPCDAm ajudou a reduzir 65,8% das áreas queimadas no Brasil no primeiro semestre de 2025.

O desmatamento na Amazônia aumentou 8,4% entre agosto de 2024 e junho de 2025, segundo dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A área sob alerta chegou a 3.959 km², frente aos 3.652 km² registrados no mesmo período anterior.

Esse crescimento foi impulsionado principalmente por incêndios florestais, que tiveram alta de 245,7% em áreas de vegetação, sobretudo entre agosto e outubro de 2024, quando a seca favoreceu a propagação do fogo.

Incêndios explicam avanço do desmatamento na Amazônia

De acordo com o Inpe, o satélite registra com mais precisão os focos de desmatamento no início do período seco, quando há menos nuvens. Isso contribuiu para a elevação dos alertas em regiões com vegetação queimada.

Por outro lado, o desmatamento com solo exposto — geralmente causado por corte raso — caiu 3,3% no mesmo intervalo. Já a categoria associada à mineração ilegal recuou 53,3%.

Primeiro semestre de 2025 teve alta de 27% nos alertas

Entre janeiro e junho de 2025, os alertas de desmatamento na Amazônia somaram 2.090 km², contra 1.645 km² no primeiro semestre de 2024. Isso representa um aumento de 27%.

Especialistas apontam que o avanço do fogo em florestas primárias — anteriormente mais preservadas — é um reflexo direto da mudança do clima.

Clima e governança: fatores em disputa

Segundo o World Resources Institute (WRI), os incêndios florestais foram responsáveis por quase metade da perda de florestas primárias no mundo em 2024. A tendência global também afeta o Brasil, especialmente a Amazônia Legal.

“A influência do fogo sobre o desmatamento está crescendo, e isso exige uma governança mais robusta e integrada”, afirmou André Lima, especialista em políticas ambientais.

Governo intensifica ações de prevenção e controle

O governo federal, em parceria com estados, municípios, cientistas e sociedade civil, reforçou as medidas de combate ao desmatamento e incêndios. As ações fazem parte do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).

Com isso, o primeiro semestre de 2025 registrou queda de 65,8% nas áreas queimadas e 46,4% nos focos de calor em todo o território nacional, segundo o Ministério do Meio Ambiente.

Fiscalização ambiental segue em execução

As ações de monitoramento e repressão são conduzidas pelo Ibama e pelo ICMBio, com base nas diretrizes do PPCDAm. O governo afirma que a atuação integrada busca tornar o Brasil mais resiliente ao fogo e à degradação florestal.

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