O decreto do governo Lula para tentar regular a força policial vai parar no Supremo Tribunal Federal (STF), no que depender do governador do Rio de Janeiro.
Cláudio Castro (foto) foi um dos governadores que protestaram contra a norma, publicada no Diário Oficial de terça-feira, 24. Ela determina que os agentes só podem recorrer a métodos mais agressivos “quando alternativas menos drásticas forem insuficientes”.
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“Agora, para usar arma de fogo, as polícias estaduais terão que pedir licença aos burocratas de plantão em Brasília! Uma vergonha! Que o Congresso Nacional se levante e casse esse decreto absurdo. Nós, do Rio, vamos entrar imediatamente com uma ação no STF!”, protestou Castro.
O governador, que reclamou do “decreto sem diálogo, publicado na calada da noite, sem amparo legal e numa clara invasão de competência”, disse que o decreto transfere responsabilidade para o governo federal:
“Espero que a população cobre dos responsáveis por esse decreto quando bandidos invadirem uma residência, roubarem um carro ou assaltarem um comércio!”.
“Chantagem explícita”
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União) destacou que “o decreto impõe aos estados que, caso não sigam as diretrizes do governo do PT para a segurança pública, perderão acesso aos fundos de segurança e penitenciário”. E acrescentou: “Trata-se de uma chantagem explícita contra os estados, que acaba favorecendo a criminalidade”.
Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal, classificou a medida como “interferência total”, e o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) anunciou que prepara um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para sustar o decreto que redefine regras sobre o uso da força policial.
“Precisam dar o exemplo“
Já o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, aproveitou uma ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal para defender o decreto. Agentes rodoviários balearam na cabeça uma mulher de 26 anos que não representava qualquer perigo, em uma rodovia do Rio de Janeiro.
“A polícia não pode combater a criminalidade cometendo crimes. As polícias federais precisam dar o exemplo às demais polícias”, disse Lewandowski em nota.