A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta terça-feira (15) que a COP30 em Belém não será um evento festivo, mas um marco de responsabilidade global. Segundo ela, o encontro exige planejamento para substituir combustíveis fósseis por fontes limpas.
Durante o simpósio “Conectando Clima e Natureza”, em Brasília, Marina destacou que o mundo já sofre os efeitos da crise climática. “Estamos sendo mudados”, disse, ao defender uma transição energética justa e planejada.
Leia Mais:
COP30 em Belém: compromisso com metas climáticas
Marina reforçou que os países devem entregar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) até a COP30, que ocorrerá em 2025, no Pará. A conferência será sediada pelo Brasil, em Belém, e reunirá líderes mundiais para discutir ações contra o aquecimento global.
“Não é festa, é luta. Não é a Copa do Mundo, não é a Olimpíada”, disse a ministra. Ela afirmou que o evento acontece em um contexto de “pedagogia do luto e da dor”, marcado por perdas ambientais e ameaças ao multilateralismo.
Transição energética e impactos sociais
Marina defendeu que um bom planejamento pode evitar desastres climáticos, como secas, enchentes e incêndios. “A gente tem a chance de mudar gradualmente, sem os efeitos indesejáveis”, afirmou.
Ela também alertou para o aumento da temperatura média global. Em 2023, o planeta atingiu 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, o limite estabelecido no Acordo de Paris.
Conhecimento indígena e preservação da Amazônia
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, também participou do evento. Ela destacou o papel dos povos originários na preservação ambiental e na construção de soluções climáticas.
“Os povos indígenas construíram uma grande floresta”, afirmou. Sonia defendeu que o conhecimento tradicional seja reconhecido como científico nas negociações internacionais.
Ela citou a Ministério dos Povos Indígenas como espaço de articulação para garantir protagonismo indígena na política climática global.
Belém e a Amazônia no centro do debate global
A escolha de Belém como sede da COP30 destaca o papel estratégico da Amazônia. A região concentra riqueza em biodiversidade e é essencial para o equilíbrio climático mundial.
Segundo dados do IBGE, a Amazônia Legal representa 59% do território brasileiro. A preservação dessa área é vital para conter o avanço do aquecimento global.
A realização da COP30 no Pará também reforça o protagonismo do Norte do Brasil nas discussões ambientais. O evento deve atrair investimentos e atenção internacional para a região.