Condenação de Débora Rodrigues é vista como injusta por 70%

Maioria do público questiona decisão judicial e demonstra apoio à ex-caminhoneira nas redes sociais.

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Mais de 70% dos brasileiros consideram injusta a condenação da cabeleireira Débora Rodrigues a 14 anos de prisão. O dado é de pesquisa divulgada pelo Instituto Paraná Pesquisas nesta semana. A decisão foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira (28).

Segundo o levantamento, 70,8% dos entrevistados avaliam a pena como injusta. Apenas 25,7% concordam com a condenação, enquanto 3,6% não souberam responder.

Condenação por frase dita com batom gera repercussão

Débora Rodrigues foi acusada de incitar golpe de Estado. O motivo foi a reprodução, com batom, da frase “perdeu, mané, não amola”, dita pelo presidente do STF, ministro Luiz Roberto Barroso. O ato ocorreu durante protestos em Nova York.

O caso gerou ampla repercussão no Brasil, incluindo no Amazonas. Em Manaus, lideranças locais questionaram a proporcionalidade da pena. Parlamentares da bancada amazonense pedem revisão do caso.

Brasileiros divergem sobre atos de 8 de janeiro

Sobre os eventos de 8 de janeiro, a pesquisa mostra divisão. Para 35,9%, foi um ato irresponsável contra o resultado eleitoral. Já 27,9% classificam como vandalismo. Apenas 29,5% consideram que houve tentativa de golpe.

No Amazonas, manifestações naquele período ocorreram de forma pacífica. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, não houve prisões ou danos significativos em 2023.

Opinião pública sobre penas aplicadas

Os entrevistados também opinaram sobre as penas dos envolvidos nos atos. Para 32,8%, os dois anos já cumpridos são suficientes. Outros 31,8% apoiam penas de até 17 anos. Já 29,1% acham que ninguém deveria estar preso.

Comparações com invasões anteriores, como a da Assembleia Legislativa do Amazonas em 2017, foram mencionadas. Na ocasião, não houve condenações severas.

Contexto político e impacto nacional

A condenação de Débora Rodrigues reacende o debate sobre liberdade de expressão. Também levanta questionamentos sobre a atuação do STF em casos envolvendo civis. Especialistas apontam para a necessidade de equilíbrio entre segurança institucional e direitos individuais.

No Congresso Nacional, parlamentares de diferentes estados, incluindo o Amazonas, articulam propostas para rever penas consideradas desproporcionais. A discussão deve avançar nos próximos meses.

A pesquisa ouviu 2.020 eleitores em 26 estados e no Distrito Federal. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, com 95% de confiança.

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