Condenação de Bolsonaro por golpe é pedida ao STF pela PGR

Ex-presidente e aliados são acusados de tentar abolir o Estado Democrático de Direito após as eleições de 2022.

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  • A PGR solicitou a condenação de Bolsonaro e aliados ao STF por tentativa de golpe após as eleições de 2022.
  • O grupo é acusado de organizar plano autoritário para impedir a posse de Lula, com penas que superam 30 anos.
  • A condenação de Bolsonaro pode influenciar o cenário político no Amazonas, onde teve 61,3% dos votos.
  • O julgamento de Bolsonaro deve ocorrer em setembro, após prazo de defesa dos réus ser encerrado.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite de segunda-feira (14), a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete investigados por tentativa de golpe de Estado. O pedido foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes e integra a fase final do processo, antes do julgamento previsto para setembro.

No documento de 517 páginas, a PGR aponta que o grupo atuou de forma coordenada para abolir o Estado Democrático de Direito e instalar um regime autoritário no país após as eleições de 2022. A pena máxima pelos crimes ultrapassa 30 anos de prisão.

Quem são os réus e quais crimes são atribuídos

Além de Bolsonaro, a PGR quer a condenação de:

  • Walter Braga Netto, general e ex-vice na chapa de 2022;
  • General Augusto Heleno, ex-GSI;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Os crimes apontados incluem:

  • Organização criminosa armada;
  • Tentativa de golpe de Estado;
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Dano qualificado e deterioração de patrimônio público.

Qual foi o papel de Bolsonaro na tentativa de golpe, segundo a PGR?

O procurador-geral Paulo Gonet afirma que Bolsonaro liderou a articulação golpista, utilizando a máquina pública para atacar instituições e desacreditar o processo eleitoral.

“Com apoio de setores do governo e das Forças Armadas, mobilizou recursos estatais para propagar desinformação e defender medidas autoritárias”, escreveu Gonet.

Segundo a PGR, Bolsonaro foi o “principal beneficiário” do plano, que buscava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

O que acontece a partir de agora?

Com o envio das alegações finais, abre-se prazo de 15 dias para a defesa de Mauro Cid apresentar sua manifestação. Em seguida, os demais réus também terão 15 dias para se manifestar.

O julgamento será marcado pela Primeira Turma do STF, que reúne cinco ministros. A expectativa é que a análise ocorra em setembro, mês simbólico pela celebração da Independência do Brasil.

Contexto político e impacto no Amazonas

O caso repercute também no Amazonas, onde Bolsonaro obteve 61,3% dos votos válidos no segundo turno de 2022, segundo o TSE. A investigação pode impactar o cenário eleitoral local, especialmente entre militares e apoiadores do ex-presidente.

Além disso, o tema reacende o debate sobre o papel das Forças Armadas na política e a necessidade de fortalecer a democracia em todas as regiões do país.

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