Cassação de senadores é pedida após ataque a Marina Silva

Parlamentares são acusados de incitar violência e desrespeitar a ministra durante sessão no Senado.

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A Federação Psol-Rede protocolou representações no Conselho de Ética do Senado contra os senadores Plínio Valério (PSDB-AM) e Marcos Rogério (PL-RO). A federação pede a cassação dos mandatos por supostas agressões verbais contra a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede).

O episódio ocorreu em 27 de fevereiro, durante audiência da Comissão de Infraestrutura. Marina deixou a sessão após se sentir desrespeitada por ambos os parlamentares.

Violência política contra mulheres no Senado

Segundo a representação, os senadores violaram a Lei 14.192/2021, que combate a violência política contra a mulher. A federação também solicita envio do caso ao Ministério Público Federal para apuração criminal.

Marina Silva foi interrompida por Marcos Rogério ao responder perguntas do senador Omar Aziz (PSD-AM). Rogério afirmou: “Ponha-se no seu lugar”, e ironizou a “educação” da ministra.

Declarações ofensivas e clima hostil

Plínio Valério, ao iniciar sua fala, disse: “Estou falando com a ministra, não com a mulher”. Marina rebateu: “Eu sou as duas coisas”. O senador respondeu: “A mulher merece respeito, a ministra, não”.

Após o comentário, Marina exigiu um pedido de desculpas. Como não houve retratação, deixou a audiência. A ministra também recordou que, em março, Valério disse que tinha vontade de “enforcá-la”.

Impacto político no Amazonas e no Brasil

Os senadores representam estados da Amazônia Legal, região estratégica para a política ambiental. Marina, também amazônida, é referência internacional na pauta climática.

O episódio amplia o debate sobre o tratamento dado a mulheres na política, especialmente em cargos de liderança. Segundo o TSE, casos de violência política de gênero têm crescido no Brasil.

Consequências e próximos passos

O Conselho de Ética avaliará se há quebra de decoro parlamentar. A cassação de mandato exige maioria absoluta do plenário do Senado.

Se o Ministério Público Federal acatar a denúncia, os senadores podem responder por crime de violência política e injúria.

O caso reacende discussões sobre a necessidade de garantir espaços políticos seguros e respeitosos para todas as vozes, especialmente de mulheres e representantes de minorias.

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