Brics pode criar nova ordem mundial, diz embaixador iraniano

Nekounam destacou ações práticas do bloco, defendeu soberania nuclear do Irã e elogiou apoio do Brasil.

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  • O embaixador iraniano Abdollah Nekounam afirmou em Brasília, em 26/07, que o Brics pode transformar a ordem mundial.
  • O comércio Brasil-Irã movimentou US$ 4,3 bilhões em 2023, com destaque para exportações de soja.
  • A participação do Irã no bloco econômico pode fortalecer debates sobre energia limpa e sustentabilidade na Amazônia.

O embaixador do Irã no Brasil, Abdollah Nekounam, afirmou nesta quinta-feira (26) que o bloco Brics pode contribuir para uma nova ordem mundial. A declaração ocorreu durante coletiva de imprensa na embaixada iraniana, em Brasília.

Segundo o diplomata, os países do Brics têm capacidade para enfrentar desafios globais. Ele destacou que o grupo deve ir além de declarações formais e atuar de forma prática nas questões internacionais.

Brics e a ordem internacional

O Irã passou a integrar o Brics em 2024, junto com Egito, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. O bloco é composto por economias emergentes que buscam maior protagonismo geopolítico.

“O Brics não existe somente para publicar declarações, mas para criar esse novo caminho”, disse Nekounam. Ele defendeu que o grupo atue para corrigir o que chamou de “incapacidades mundiais”.

O diplomata agradeceu ao Brasil e ao Brics pelas manifestações contra ataques a instalações nucleares iranianas. Segundo ele, essas ações violam o direito internacional e ameaçam a estabilidade regional.

Presença iraniana na cúpula do Brics

Questionado sobre a presença do presidente do Irã, Masud Pezeshkian, na próxima cúpula do Brics, o embaixador afirmou que a participação segue “dentro da programação”. O evento ocorrerá no Rio de Janeiro, em julho.

A cúpula reunirá líderes dos países-membros e discutirá temas como comércio, segurança e cooperação energética. O Brasil, como anfitrião, tem papel estratégico na condução dos debates.

Suspensão de vistorias nucleares

Nekounam confirmou que o Irã suspenderá temporariamente inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em suas instalações nucleares.

Segundo ele, a medida visa proteger informações sensíveis e garantir a segurança de cientistas iranianos. “Faz parte da soberania de um país proteger suas informações”, declarou.

Impactos para o Brasil e o Amazonas

A aproximação entre Brasil e Irã no âmbito do Brics pode gerar oportunidades comerciais. O Irã tem interesse em importar alimentos e produtos agrícolas, setores fortes no Amazonas e em outras regiões brasileiras.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostram que o comércio entre Brasil e Irã somou US$ 4,3 bilhões em 2023. A soja lidera as exportações brasileiras.

Para o Amazonas, a agenda do Brics pode ampliar o debate sobre desenvolvimento sustentável. A região amazônica é estratégica em temas como clima e energia limpa, áreas de interesse comum entre os membros do bloco.

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