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- Donald Trump anunciou no Truth Social, durante cúpula no Rio, tarifa extra a países alinhados ao Brics.
- Exportações do Polo Industrial de Manaus aos EUA podem ser impactadas, afetando empregos e arrecadação no Amazonas.
- O bloco econômico defendeu regras justas na OMC e criticou medidas protecionistas no comércio internacional.
Durante a cúpula do Brics no Rio de Janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor uma tarifa extra de 10% a produtos de países que se alinhem ao grupo. A declaração foi publicada na rede Truth Social.
“Qualquer país que se alinhe às políticas antiamericanas do Brics será taxado com tarifa extra de 10%. Não haverá exceções”, escreveu Trump.
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Brics e comércio internacional
O Brics reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de novos membros como Arábia Saudita, Irã, Egito e Etiópia. No domingo (6), o grupo criticou medidas protecionistas no comércio global.
Em declaração oficial, os líderes reafirmaram apoio ao sistema multilateral de comércio, com a OMC no centro das decisões. O texto defende regras justas e tratamento especial para países em desenvolvimento.
Impacto para o Brasil e o Amazonas
O Brasil é membro fundador do Brics e tem buscado ampliar relações comerciais com os demais integrantes. A ameaça de tarifa extra dos EUA pode afetar exportações brasileiras, especialmente do setor industrial e agrícola.
No Amazonas, o Polo Industrial de Manaus depende de exportações para manter empregos e arrecadação. Segundo dados da Suframa, os EUA estão entre os principais destinos de produtos da Zona Franca.
Reação internacional e cenário político
Trump assumiu a presidência em janeiro e tem retomado políticas comerciais mais rígidas. Em seu primeiro mandato, ele já havia imposto tarifas a produtos chineses e de outros países.
Especialistas avaliam que a nova ameaça pode aumentar tensões comerciais e diplomáticas. O Itamaraty ainda não se pronunciou oficialmente sobre a declaração.
O Brics tem buscado se consolidar como alternativa de governança global. A possível retaliação dos EUA pode acelerar o debate sobre a autonomia econômica dos países em desenvolvimento.
Analistas apontam que a medida pode gerar impactos diretos na balança comercial brasileira. O governo federal monitora os desdobramentos e possíveis efeitos sobre a indústria nacional.
Alinhamento político e desafios futuros
O Brasil tenta manter equilíbrio entre suas relações com os EUA e os países do Brics. O desafio é preservar interesses comerciais sem comprometer alianças estratégicas.
No contexto amazônico, a estabilidade nas exportações é vital para manter empregos e investimentos. A Zona Franca de Manaus poderá ser diretamente afetada por novas tarifas americanas.
A política externa brasileira será testada diante da pressão de potências globais. A busca por equilíbrio entre soberania e cooperação internacional segue como prioridade.