A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu nesta terça-feira (20), em Brasília, a manutenção da prisão preventiva do general Walter Braga Netto. Ele é acusado de tentar obstruir as investigações sobre uma suposta tentativa de golpe durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Braga Netto está preso desde 14 de dezembro de 2023. Segundo a Polícia Federal, ele buscou contato com o tenente-coronel Mauro Cid, delator do caso, com o objetivo de interferir nas investigações.
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Prisão preventiva e risco de interferência
Após se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do general solicitou sua liberdade. No entanto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, argumentou que o risco de obstrução permanece.
“O oferecimento de denúncia não afasta automaticamente o perigo de interferência indevida na instrução criminal”, afirmou Gonet em manifestação enviada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.
Segundo o procurador, o processo ainda está em fase inicial. A instrução criminal precisa ocorrer sem pressões externas ou tentativas de manipulação.
General integra núcleo central do suposto golpe
Braga Netto é um dos oito integrantes do chamado núcleo 1 da trama golpista. A denúncia contra o grupo foi aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março.
Além dele, compõem o núcleo: Jair Bolsonaro, Augusto Heleno, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Mauro Cid.
Contexto político e impacto no Amazonas
A investigação tem repercussão nacional e reflexos diretos no Amazonas. O estado teve forte apoio eleitoral a Bolsonaro em 2022, com mais de 60% dos votos válidos no segundo turno.
Segundo dados do TSE, o Amazonas registrou alta participação nas eleições. A apuração do caso pode influenciar o debate político local e nacional, especialmente em ano pré-eleitoral.
O desdobramento da prisão de Braga Netto e o avanço das investigações podem alterar alianças políticas. Lideranças do estado monitoram os efeitos do processo no cenário federal.
Próximos passos do processo
Com a denúncia aceita, o STF iniciará a fase de instrução. Serão ouvidas testemunhas e analisadas provas. A PGR reforça que a prisão preventiva é necessária para garantir a lisura do processo.
O caso segue sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. A expectativa é que novas diligências sejam autorizadas nas próximas semanas.