Bolsonaro nega golpe, defende voto impresso e critica STF

Em evento com apoiadores, ex-presidente reafirma desconfiança nas urnas eletrônicas e acusa ministros do STF de extrapolarem seus poderes.

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  • Bolsonaro prestou depoimento ao STF nesta terça (10), negando envolvimento em golpe e defendendo ações dentro da Constituição.
  • O ex-presidente criticou as urnas eletrônicas, pediu desculpas ao STF e negou ter pressionado as Forças Armadas.
  • O julgamento dos oito réus, incluindo Bolsonaro, deve ocorrer no segundo semestre e pode impactar as eleições de 2024.

O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento nesta terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. Ele é um dos oito réus do chamado “núcleo político” da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O interrogatório foi conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. Bolsonaro negou envolvimento em qualquer plano golpista e afirmou que nunca cogitou medidas fora da Constituição.

Bolsonaro nega golpe e critica urnas eletrônicas

Questionado sobre a minuta que previa intervenção militar, Bolsonaro declarou que nunca discutiu golpe com sua equipe. “Golpe é abominável. Não houve clima nem base para isso”, disse.

Ele também negou ter editado o documento citado por Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. Segundo Bolsonaro, a minuta não tinha validade jurídica e não partiu dele.

Desculpas ao STF e defesa do voto impresso

O ex-presidente pediu desculpas ao STF após declarações anteriores sobre supostos desvios de ministros. “Me desculpe, não tinha intenção de acusar”, afirmou.

Sobre as urnas eletrônicas, Bolsonaro reafirmou sua defesa do voto impresso, mas negou ter agido contra a Constituição. “Nunca pressionei o ministro da Defesa para alterar relatórios”, disse.

Forças Armadas e voz de prisão

Bolsonaro também negou que o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, tenha colocado tropas à disposição para medidas golpistas. “Não existia base para isso”, afirmou.

Ele rebateu ainda a versão do brigadeiro Baptista Júnior, que disse que o Exército ameaçou prendê-lo. “Isso foi desmentido pelo próprio comandante do Exército”, declarou.

Contexto político no Amazonas e no Brasil

O caso tem repercussão nacional e impacta o cenário político no Amazonas. Lideranças locais, como o senador Omar Aziz (PSD-AM), têm cobrado transparência nas investigações. O estado registrou alta participação eleitoral em 2022, com mais de 2,5 milhões de votos computados, segundo o TSE.

Governadores da região Norte, incluindo o Amazonas, têm reforçado o compromisso com a democracia e o respeito ao resultado das urnas. A ação penal no STF é vista como um marco para a estabilidade institucional do país.

Próximos passos da ação penal

Além de Bolsonaro, outros sete réus foram interrogados, incluindo Anderson Torres, Augusto Heleno e Braga Netto. A fase de depoimentos se encerra nesta semana.

O julgamento final deve ocorrer no segundo semestre. A expectativa é de que o STF decida pela condenação ou absolvição dos envolvidos.

O processo é acompanhado de perto por instituições e pela sociedade civil. O desfecho pode influenciar diretamente o cenário político das eleições municipais de 2024.

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