Aumento de preços dos medicamentos gera reação no Congresso

Parlamentares cobram explicações do governo e propõem medidas para conter reajustes abusivos.

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O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) cobrou nesta segunda-feira (31/03) ações do Ministério da Justiça diante do aumento de 5,6% no teto de preços dos medicamentos. A crítica foi direcionada à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada à pasta, pedindo medidas concretas para proteger os consumidores brasileiros.

Segundo o parlamentar, o reajuste compromete o acesso da população aos tratamentos de saúde. Ele destacou que o impacto será mais severo para os mais vulneráveis, como idosos e pessoas com doenças crônicas.

Aumento de medicamentos preocupa famílias brasileiras

O reajuste autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) afeta cerca de 13 mil produtos. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União em 28 de março. A nova tabela entrou em vigor no dia 1º de abril.

Capitão Alberto Neto classificou o aumento como “desumano” e afirmou que “coloca milhões de brasileiros entre comprar remédios ou colocar comida na mesa”. Ele defende que o governo adote políticas para mitigar os efeitos do reajuste no orçamento das famílias.

Deputado propõe medidas emergenciais contra reajuste

Entre as sugestões apresentadas por Capitão Alberto Neto, estão:

  • Congelamento temporário dos preços de medicamentos essenciais;
  • Reajuste escalonado conforme a categoria do medicamento;
  • Ampliação da lista de medicamentos gratuitos no programa Farmácia Popular;
  • Redução de impostos sobre medicamentos, com repasse direto ao consumidor.

As propostas visam reduzir a pressão sobre o orçamento das famílias e garantir o acesso contínuo a tratamentos. O parlamentar argumenta que “o direito à saúde não pode ser tratado como mercadoria”.

Impacto do reajuste no Amazonas e em Manaus

No Amazonas, onde a renda média domiciliar é de R$ 1.260, segundo o IBGE, o aumento compromete ainda mais o acesso a medicamentos. Em Manaus, o custo de vida tem subido acima da média nacional, agravando a situação.

Segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), doenças crônicas como diabetes e hipertensão afetam mais de 400 mil pessoas no estado. Muitas delas dependem de medicamentos de uso contínuo, agora mais caros.

Para Capitão Alberto Neto, o reajuste “ignora a realidade econômica da população amazonense”. Ele afirma que a política de preços atual “beneficia grandes laboratórios em detrimento da saúde pública”.

Contexto nacional e histórico do reajuste

O aumento de 5,6% segue a fórmula de cálculo definida pela CMED, que considera inflação, produtividade do setor e concorrência. O índice ficou abaixo da inflação acumulada em 12 meses até fevereiro (4,5%), mas ainda assim é considerado elevado por entidades de defesa do consumidor.

Nos últimos cinco anos, os reajustes anuais autorizados foram:

  • 2023: 5,6%
  • 2022: 10,89%
  • 2021: 10,08%
  • 2020: 4,08%
  • 2019: 4,33%

Entidades como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) criticam a falta de transparência no processo de reajuste e pedem maior controle sobre os preços.

Senacon pode agir para proteger consumidores

Capitão Alberto Neto cobra que a Senacon atue com mais rigor. A secretaria tem competência para fiscalizar práticas abusivas e garantir o cumprimento do Código de Defesa do Consumidor.

Ele sugere que a Senacon promova audiências públicas com representantes da indústria farmacêutica, associações médicas e entidades civis. O objetivo seria buscar soluções equilibradas que não penalizem os consumidores.

Não podemos aceitar que a saúde seja tratada como um negócio lucrativo”, afirmou o deputado.

Farmácia Popular pode ser alternativa

O programa Farmácia Popular oferece medicamentos gratuitos ou com até 90% de desconto. No entanto, a lista de produtos é limitada e não cobre todas as necessidades da população.

Capitão Alberto Neto defende a ampliação do programa, com inclusão de novos medicamentos e aumento do número de farmácias credenciadas no Amazonas. Ele também propõe a criação de um fundo emergencial para garantir o abastecimento em regiões remotas.

É preciso levar medicamentos a quem mais precisa, inclusive nas comunidades ribeirinhas”, ressaltou.

Desdobramentos políticos e institucionais

A cobrança do deputado pode gerar repercussão no Congresso Nacional. A Frente Parlamentar da Saúde, da qual ele é membro, pode apresentar projetos para limitar reajustes ou criar novos mecanismos de controle de preços.

Além disso, o tema pode ser levado à Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara. O objetivo seria convocar representantes do governo e da indústria farmacêutica para prestar esclarecimentos.

Vamos usar todos os instrumentos legais para proteger a população”, garantiu Capitão Alberto Neto.

Pressão popular pode influenciar decisões

Entidades civis e movimentos sociais também se mobilizam contra o reajuste. A plataforma Change.org já reúne petições pedindo a revogação do aumento e maior transparência no setor farmacêutico.

Para especialistas, a pressão popular pode influenciar decisões políticas e levar à revisão da política de preços. A participação ativa da sociedade é vista como essencial para garantir o direito à saúde.

Capitão Alberto Neto finalizou: “Não vamos aceitar calados mais esse golpe no bolso do povo”.

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