Amazonas entra em alerta para nova cheia histórica

Se os índices continuarem altos, todos os municípios podem sofrer com forte cheias

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Amazonas entra em alerta para nova cheia histórica depois de todas as calhas dos rios registrem índices superiores à marca deste ano, à exceção do Rio Madeira.

Se os índices continuarem altos, a previsão é que todos os municípios sejam atingidos pela cheia dos rios em 2022.

O alerta para uma nova cheia histórica foi feito pelo Governador Wilson Lima, nesta segunda-feira (27), durante a apresentação do plano de ação para a Operação Enchente 2022.

O planejamento define estratégias para socorrer as famílias que, possivelmente, enfrentarão prejuízos causados pela cheia dos rios.

“Estive, há aproximadamente 10, 15 dias, nas calhas do Juruá e do Purus e constatei, junto com as prefeituras e os técnicos, a subida desses rios. Nós já estamos mobilizando toda a nossa estrutura, todos os nossos secretários. Inclusive estamos reunindo, aqui, para discutir ações integradas de socorro a esses municípios e famílias que forem atingidos pela subida dos rios”, disse Wilson Lima.

Índices

A maior cheia deste ano foi registrada na Calha do Rio Negro. Hoje,  a calha registra um nível 2,88 metros acima do que estava no mesmo período do ano passado.

Em 24 de dezembro de 2020, o rio estava com 20,29 metros de profundidade.

No mesmo dia deste mês, chegou a 23,27 metros. Os indicadores têm como referência o município de Manaus.

Além do Rio Negro, o monitoramento do nível dos rios das calhas nas estações dos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos aponta níveis atípicos, acima do esperado para a época.

Se as previsões se confirmarem, os primeiros municípios serão atingidos entre a segunda quinzena de janeiro e a primeira metade de fevereiro.

Causa das fortes cheias

Os altos níveis dos rios do Amazonas são resultado do fenômeno La Niña, um resfriamento no Oceano Pacífico que altera a circulação e potencializa as chuvas na Região Amazônica.

“Ultimamente, os eventos extremos têm sido cada vez mais expressivos, tanto as cheias históricas quanto as secas. A exemplo disso, nós tivemos essa cheia de 2021, e o condicionante para que ela acontecesse é idêntico ao de agora”, pontuou Patrícia Guimarães, meteorologista da Defesa Civil.

Além do La Niña, a especialista também ressalta o aquecimento do Atlântico Sul tropical como responsável pelas chuvas na região.

“Ele funciona como uma esteira transportando umidade para a Amazônia, ou seja, mais chuva ainda. Esse é o cenário que a gente se encontra e que vai perdurar até fevereiro”, acrescentou a meteorologista.

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