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- Allan Turnowski teve a prisão decretada em 8 de agosto pela Justiça do Rio por risco às investigações de corrupção.
- O ex-secretário da Polícia Civil é acusado de obstruir apurações sobre organização criminosa que cobrava propina em Petrópolis.
- Casos como o de Turnowski contribuem para a queda de 8% na confiança pública nas polícias, segundo dados de 2023.
A Justiça do Rio de Janeiro determinou o retorno do ex-secretário da Polícia Civil, Allan Turnowski, à prisão. A decisão foi tomada nesta terça-feira (8) pela 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), que revogou a liminar concedida no mês anterior. A maioria dos desembargadores entendeu que a liberdade do réu poderia comprometer o andamento das investigações.
Turnowski havia sido solto em 18 de junho por decisão monocrática do desembargador Marcius da Costa Ferreira. Na ocasião, o magistrado destacou que o ex-secretário colaborava com as investigações e não representava risco ao processo. No entanto, a nova decisão colegiada reverteu esse entendimento.
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Justiça determina prisão de Allan Turnowski
O ex-secretário é acusado de obstrução da Justiça e de atuar para atrapalhar investigações sobre uma organização criminosa em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. A denúncia foi aceita em novembro de 2022, tornando Turnowski réu. Segundo o Ministério Público do Rio (MPRJ), o grupo exigia propina de comerciantes locais.
O esquema era liderado pelo delegado Maurício Demétrio Alves, então titular da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial. Ele também está preso preventivamente e responde a diversos processos por corrupção.
Contexto político e implicações nacionais
Turnowski foi preso pela primeira vez em setembro de 2022, após deixar o cargo de secretário para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. A candidatura não teve sucesso. Em maio de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a prisão preventiva, reforçando a gravidade das acusações.
O caso repercute no cenário político nacional e levanta debates sobre a atuação de agentes públicos na segurança e política. No Amazonas, temas como corrupção policial e interferência política em investigações também preocupam autoridades e sociedade civil.
Segurança pública e confiança institucional
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a confiança da população nas instituições policiais caiu 8% entre 2022 e 2023. Casos como o de Turnowski contribuem para esse cenário, reforçando a necessidade de transparência e controle externo.
Especialistas defendem o fortalecimento de corregedorias e o papel do Ministério Público. Em estados como o Amazonas, onde desafios logísticos e territoriais dificultam o combate ao crime organizado, a integridade das lideranças policiais é ainda mais crucial.
O retorno de Turnowski à prisão reacende discussões sobre a responsabilização de autoridades e o equilíbrio entre política e Justiça. O desfecho do caso pode influenciar futuras decisões em todo o país.