Alexandre Ramagem tem ação penal suspensa parcialmente pelo STF

Decisão de Moraes mantém investigação sobre parte das acusações, enquanto suspende outras por falta de indícios suficientes.

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão parcial da ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). A decisão foi tomada nesta sexta-feira (16) para cumprir deliberação da Primeira Turma da Corte, que manteve três das cinco acusações contra o parlamentar no caso da tentativa de golpe de Estado.

Ramagem segue como réu por golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Foram suspensas as acusações de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Trama golpista e implicações políticas

A suspensão parcial vale desde 14 de maio, data do acórdão da Primeira Turma, e se estende até o fim do mandato de Ramagem. A Câmara dos Deputados protocolou ação para revisar a decisão, que será relatada pelo próprio Moraes. Ainda não há data definida para julgamento.

O caso envolve o chamado núcleo 1 da trama golpista, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados. A denúncia foi aceita por unanimidade pelo STF em 26 de março. A tentativa de golpe teria ocorrido após as eleições de 2022, com ações para desacreditar o processo eleitoral e preparar um estado de exceção.

Imunidade parlamentar e limites constitucionais

A Constituição permite que a Câmara ou o Senado suspendam ações penais contra parlamentares. Contudo, conforme o Artigo 53, essa prerrogativa só se aplica a atos cometidos após a diplomação. Ramagem foi diplomado em dezembro de 2022.

O STF notificou a Câmara de que não seria possível suspender a totalidade do processo. A tentativa de sustar todas as acusações, inclusive as anteriores à diplomação, foi rejeitada por unanimidade pelos ministros, após questão de ordem apresentada por Moraes.

Repercussão no Amazonas e impacto nacional

No Amazonas, a decisão gera atenção entre parlamentares e eleitores, especialmente por envolver a atuação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ramagem, ex-diretor da Abin, é acusado de usar o órgão para monitorar ilegalmente opositores, no caso conhecido como “Abin Paralela”.

O caso reforça o debate sobre o uso de instituições do Estado para fins políticos. No contexto nacional, a ação penal contra Ramagem e os demais réus do núcleo 1 é um dos principais desdobramentos jurídicos da crise institucional pós-eleições de 2022.

O processo é acompanhado de perto por lideranças políticas da região Norte. A estabilidade democrática e o respeito à Constituição são temas recorrentes em discursos de parlamentares amazonenses, que observam com cautela os desdobramentos no STF.

Confira os réus do núcleo 1

Além de Ramagem, o núcleo 1 inclui:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente;
  • Walter Braga Netto, general e ex-vice na chapa de 2022;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Todos respondem por crimes relacionados à tentativa de ruptura institucional. A tramitação do processo no STF continua, com foco nos atos cometidos após a diplomação dos envolvidos.

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