Em meio ao aumento das tensões diplomáticas, a deputada republicana Maria Elvira Salazar afirmou que a nova política dos Estados Unidos sobre restrição de vistos é um “aviso” ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A medida, anunciada pelo Departamento de Estado, busca impedir a entrada de estrangeiros acusados de censurar cidadãos americanos nas redes sociais.
Salazar, aliada do ex-presidente Donald Trump, é autora de um projeto que prevê sanções contra autoridades estrangeiras envolvidas em ações contra a liberdade de expressão. Segundo ela, a decisão visa proteger os direitos constitucionais dos americanos, mesmo fora do território dos EUA.
Restrição de visto e o impacto no Brasil
Embora Salazar não cite nomes, o ministro Alexandre de Moraes foi mencionado diretamente por Jason Miller, conselheiro de Trump. Em publicação na rede X, Miller escreveu: “Olá, @Alexandre”, referindo-se à nova política de vistos.
O senador Marco Rubio também sugeriu sanções contra Moraes, com base na Lei Magnitsky, que permite punições a estrangeiros envolvidos em violações de direitos humanos ou corrupção. A legislação está em vigor nos EUA desde 2012.
Reações no Brasil e contexto político
A possível sanção gerou reações no Judiciário e no Congresso. O ministro Gilmar Mendes defendeu a soberania da jurisdição brasileira. Ele afirmou que “não se pode admitir que agentes estrangeiros cerceiem o exercício da jurisdição doméstica”.
No Congresso, a ministra Gleisi Hoffmann criticou o que chamou de “conspiração” entre Bolsonaro e a extrema-direita americana. Já o deputado Lindbergh Farias apresentou uma representação contra Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA buscando apoio político.
Conexão com o Amazonas e a política nacional
O caso reforça o debate sobre soberania e liberdade de expressão. No Amazonas, parlamentares acompanham o tema com atenção, especialmente diante da crescente influência das redes sociais no debate político regional.
Segundo dados do IBGE, mais de 80% da população amazonense acessa redes sociais, tornando a regulação digital um tema sensível. A repercussão internacional pode influenciar futuras decisões legislativas no Brasil.
O episódio também ocorre em meio a discussões sobre anistia aos condenados do 8 de janeiro, pauta defendida por aliados de Bolsonaro. A articulação internacional pode impactar diretamente o cenário político nacional e regional.
Liberdade de expressão e política externa
O secretário de Estado dos EUA declarou que “a liberdade de expressão é essencial ao estilo de vida americano”. Ele reforçou que estrangeiros que atuem contra esse princípio não serão bem-vindos no país.
O governo brasileiro ainda não divulgou resposta oficial à medida. No entanto, o episódio evidencia a crescente tensão entre instituições brasileiras e autoridades americanas ligadas ao Partido Republicano.
