O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ouve nesta sexta-feira (30) as testemunhas de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os depoimentos fazem parte da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Bolsonaro e outros sete acusados viraram réus em março, após denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Eles respondem por crimes como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada.
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Depoimento de Tarcísio de Freitas é destaque
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, será ouvido às 8h, por videoconferência. Ele foi ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro e é considerado uma das principais testemunhas da defesa.
No período da tarde, a partir das 14h, mais cinco testemunhas prestam depoimento. Entre elas estão ex-integrantes do governo e técnicos ligados ao processo eleitoral.
Quem são os depoentes a favor de Bolsonaro
Renato de Lima França, ex-subchefe de assuntos jurídicos da Presidência, e Wagner de Oliveira, coronel do Exército, integram a lista. Oliveira participou da comissão militar que auditou o sistema eleitoral.
Também prestam depoimento Jonathas Nery, ex-secretário da Casa Civil, e Giuseppe Janino, ex-secretário de Tecnologia do TSE.
Senadores e deputados também serão ouvidos
Pela manhã, Moraes ouvirá testemunhas do ex-ministro Anderson Torres. Entre elas, os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Espírito de Amim (PP-SC) e Eduardo Girão (NOVO-CE), além do deputado Sanderson (PL-RS) e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Ciro Nogueira também será ouvido como testemunha de Bolsonaro.
Desistência de testemunhas e próximos passos
A defesa de Bolsonaro desistiu de ouvir quatro testemunhas, incluindo o advogado Amauri Feres Saad, apontado como autor da minuta do golpe. Também foram retirados da lista Gilson Machado, Eduardo Pazuello e Ricardo Camarinha.
Os depoimentos desta fase terminam na segunda-feira (2), com o senador Rogério Marinho (PL-RN).
Entenda a acusação da PGR
A PGR afirma que Bolsonaro tinha conhecimento do plano “Punhal Verde Amarelo”. O suposto plano previa ações violentas contra o presidente Lula, o vice Alckmin e o ministro Moraes.
Segundo a denúncia, Bolsonaro também sabia da minuta do golpe, um decreto que visava intervir no processo eleitoral e impedir a posse de Lula.
Réus do núcleo central do golpe
O STF aceitou por unanimidade a denúncia contra o chamado núcleo 1. Além de Bolsonaro, são réus Braga Netto, Augusto Heleno, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Mauro Cid.
O caso tem repercussão nacional e impacto direto no cenário político do Amazonas, onde Bolsonaro mantém base eleitoral sólida. O desfecho da ação poderá influenciar alianças para 2026.