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- Polícia Federal concluiu em 2024 que Bolsonaro e Carlos lideraram grupo que usou a Abin para espionagem ilegal política.
- Relatório da Abin Paralela cita 30 indiciados, incluindo autoridades, jornalistas e o uso do software FirstMile.
- O caso levanta alertas sobre segurança institucional no Amazonas e ameaça à democracia brasileira.
A Polícia Federal concluiu que Jair Bolsonaro e Carlos Bolsonaro integraram uma organização criminosa. O grupo teria utilizado a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para ações ilegais de espionagem contra opositores políticos.
A conclusão consta no relatório final da investigação “Abin Paralela”, encerrada nesta semana. O documento, que teve o sigilo retirado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, aponta cerca de 30 indiciados, incluindo Carlos Bolsonaro.
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PF aponta uso político da Abin
Segundo a PF, a Abin foi instrumentalizada para monitorar ilegalmente autoridades, políticos e jornalistas. Entre os alvos estavam Alexandre de Moraes, Jean Wyllys, Rodrigo Maia, Joice Hasselmann, João Doria, Leandro Demori e Mônica Bergamo.
O relatório afirma que Jair Bolsonaro foi o principal beneficiado pelas ações clandestinas. A estrutura teria sido usada também para desacreditar o sistema eleitoral antes das eleições de 2022.
Amazonas e a segurança institucional
O Amazonas, assim como outros estados, depende da estabilidade das instituições federais. A confiança na Abin e na PF é essencial para o combate ao crime organizado na região amazônica.
Casos como este geram preocupação sobre o uso de órgãos de Estado para fins pessoais. O monitoramento ilegal ameaça a democracia e a segurança jurídica em todo o país.
Gestão da Abin e programa FirstMile
As ações ocorreram durante a gestão de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e atualmente réu no STF. O grupo utilizou o software de monitoramento FirstMile, operado por policiais federais e servidores de confiança.
A atual cúpula da Abin também foi indiciada. Segundo a PF, houve tentativa de obstrução das investigações, inclusive com omissão de provas e assédio à ex-corregedora do órgão.
Próximos passos no STF
O relatório foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, que deve encaminhá-lo à Procuradoria-Geral da República (PGR). A PGR decidirá se apresentará nova denúncia ou se o caso será anexado às ações penais da trama golpista.
Jair Bolsonaro não foi indiciado neste caso, pois já responde por acusações similares no STF. Carlos Bolsonaro, por sua vez, afirmou nas redes sociais que o indiciamento tem motivação política.
A Agência Brasileira de Inteligência ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.