Abin Paralela: PF indicia Carlos Bolsonaro e Ramagem

A Polícia Federal (PF) indiciou Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), vereador do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, no inquérito que investiga a chamada "Abin paralela". Também foi indiciado Alexandre Ramagem, deputado federal (PL-RJ) e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A investigação conduzida pela PF aponta o uso indevido de ferramentas de espionagem e monitoramento durante o governo Bolsonaro, com indícios de que um grupo operava uma estrutura paralela de inteligência no interior do Estado. O objetivo seria monitorar adversários políticos e proteger aliados do ex-presidente. Na avaliação da PF, Carlos Bolsonaro teria relação direta com o núcleo político que se beneficiava das informações colhidas de maneira supostamente ilegal. Ramagem, por sua vez, é apontado como o responsável por viabilizar o funcionamento dessa estrutura dentro da Abin, quando era seu diretor. A Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda deve se manifestar sobre o indiciamento, o que pode levar à apresentação de denúncia formal ao Supremo Tribunal Federal (STF), ou ao arquivamento, caso entenda que não há elementos suficientes para levar o caso adiante. Os investigados negam as acusações e afirmam que as investigações têm motivações políticas. O caso segue em análise pelas autoridades competentes.

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  • A PF indiciou Carlos Bolsonaro e Ramagem por espionagem ilegal na Abin, durante o governo Bolsonaro, e enviou ao STF.
  • O inquérito da Abin Paralela envolve 36 indiciados e monitoramento clandestino de autoridades brasileiras e paraguaias.
  • O caso gera tensão política e preocupa estados como o Amazonas, que dependem da inteligência oficial contra o narcotráfico.

A Polícia Federal (PF) indiciou Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Alexandre Ramagem (PL-RJ) no inquérito que investiga uma estrutura de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A investigação aponta que o grupo atuou durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ramagem, hoje deputado federal, era diretor-geral da Abin à época. Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, é apontado como um dos beneficiários das informações coletadas de forma irregular.

PF conclui inquérito da “Abin Paralela”

Segundo a PF, o grupo teria usado ferramentas da Abin para monitorar ilegalmente autoridades públicas. A prática configura possível organização criminosa dentro do órgão. O inquérito foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), com 36 nomes indiciados.

A atual cúpula da Abin, liderada por Luiz Fernando Corrêa, também está entre os investigados. A PF identificou ações de espionagem contra autoridades do Brasil e do Paraguai, envolvendo negociações sobre a usina de Itaipu.

Repercussão política e contexto nacional

O caso tem impacto direto no cenário político nacional. Carlos Bolsonaro afirmou nas redes sociais que o indiciamento tem motivação eleitoral, mirando as eleições de 2026. Ramagem não comentou, mas já negou qualquer irregularidade.

A Abin declarou que não vai se manifestar. Em abril, Corrêa afirmou que a agência está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.

Reflexos no Amazonas e no Brasil

O Amazonas acompanha o caso com atenção, especialmente por conta de sua posição estratégica na segurança de fronteiras. O uso indevido de inteligência estatal preocupa autoridades locais, que dependem da Abin para ações de combate ao narcotráfico.

Segundo dados do Ministério da Justiça, a região Norte concentra 40% das rotas de tráfico internacional. A credibilidade dos órgãos de inteligência é fundamental para a cooperação entre União e estados.

Próximos passos no STF

Com o inquérito entregue ao STF, caberá ao ministro relator decidir se acolhe a denúncia. A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve se manifestar sobre os pedidos de abertura de ação penal contra os indiciados.

O caso pode influenciar o debate sobre o uso político de instituições do Estado. A oposição e aliados do governo Lula já se mobilizam para discutir o tema no Congresso Nacional.

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