Ver resumo
- Esquerda assume liderança nas redes sociais desde julho.
- Campanhas como “ricos contra pobres” impulsionam Lula.
- PEC da Blindagem e anistia geram rejeição à direita.
- Palavra-chave “esquerda nas redes” reflete virada digital.
A esquerda brasileira assumiu a dianteira nas redes sociais desde julho, segundo levantamento da AP Exata. A pesquisa, divulgada pelo Estadão, mostra que o campo progressista passou a liderar o debate político digital, antes dominado pela direita bolsonarista.
Durante boa parte do terceiro mandato de Lula, a direita impôs sucessivas derrotas narrativas ao governo. Casos como a crise do IOF e denúncias no INSS geraram até 80% de menções negativas ao presidente.
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Nova estratégia e erros da direita explicam virada
Segundo Sergio Denicoli, CEO da AP Exata, a virada se deve à organização discursiva da esquerda e à desarticulação da direita. “Nos últimos meses, ninguém discutiu o governo, e sim os erros da direita”, afirmou.
A campanha “ricos contra pobres” impulsionou Lula a 64% de menções positivas. Em seguida, o tarifaço de Trump contra o Brasil fortaleceu a narrativa da soberania nacional, desgastando o bolsonarismo.
Pautas econômicas ampliam apoio popular
Para a cientista política Juliana Fratini, a esquerda ganhou espaço ao priorizar temas econômicos. “A conversa identitária afasta; a pauta econômica agrega”, disse.
O 7 de Setembro, com bandeiras dos EUA em atos bolsonaristas, reforçou a imagem de submissão externa. A esquerda dominou 47,9% das publicações nas redes nesse período.
PEC da Blindagem e anistia dividem conservadores
A aprovação da PEC da Blindagem e a discussão sobre anistia a Jair Bolsonaro geraram rejeição popular. A esquerda ocupou as ruas e as redes, com 46,7% das postagens sobre a PEC e maioria crítica à proposta.
Mesmo com maior volume de postagens sobre a anistia (37%), a direita viu 51,6% das menções contrárias à proposta. A aprovação da nova faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil consolidou o bom momento do governo.
Direita fragmentada perde espaço digital
Ex-integrantes do governo Bolsonaro, como Fábio Wajngarten, apontam a ausência de liderança e falta de estratégia como causas da perda de influência. “A direita está perdida e sem comunicação partidária”, afirmou.
O deputado Ricardo Salles atribui o crescimento da esquerda aos erros da direita. Já o senador Cleitinho reconhece que a esquerda adotou táticas digitais antes exclusivas da direita.
No PT, a estratégia é manter o foco em temas populares e ampliar a presença digital. “Vamos apostar no crescimento orgânico e na renovação da linguagem”, disse Éden Valadares, secretário de Comunicação do partido.
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