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- Moraes pediu julgamento de Bolsonaro e militares no STF.
- Processo está pronto após alegações finais das defesas.
- Defesa nega existência de provas e documentos golpistas.
- Julgamento de Bolsonaro pode ocorrer em setembro.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou nesta quinta-feira (14) ao presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, que marque o julgamento de Bolsonaro e de militares acusados de envolvimento em tentativa de golpe de Estado. O pedido ocorre após o encerramento da fase de alegações finais no processo.
Segundo Moraes, todas as diligências foram concluídas e as defesas dos réus, incluindo a Procuradoria-Geral da República (PGR), já se manifestaram. O julgamento será presencial, mas ainda não há data definida. A expectativa é que ocorra em setembro.
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Trama golpista envolve Bolsonaro e ex-auxiliares
O núcleo central da ação penal é formado por Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do GSI Augusto Heleno, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-chefe da Casa Civil Walter Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid. O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) também é citado, mas seu processo foi suspenso por decisão da Câmara.
As acusações incluem a elaboração de minutas de decreto para interferência no processo eleitoral e prisão de autoridades, como o próprio Moraes. A investigação é conduzida pela Polícia Federal com base em delações premiadas e apreensões de materiais eletrônicos.
Como a defesa de Bolsonaro rebate as acusações?
A defesa do ex-presidente afirma que a acusação é “absurda” e carece de provas. Segundo os advogados, não há documentos ou testemunhas que confirmem a existência das chamadas minutas golpistas. Eles alegam que a narrativa se baseia apenas no depoimento do delator Mauro Cid.
“Não há como condenar Jair Bolsonaro com base na prova produzida nos autos”, diz a defesa.
Os advogados também argumentam que Bolsonaro teria promovido a transição de governo e evitado conflitos com caminhoneiros após o resultado das eleições. Afirmam ainda que a PGR não apresentou qualquer documento alterado pelo ex-presidente.
Três pontos de divergência entre acusação e defesa
- Minutas golpistas: a defesa nega sua existência nos autos.
- Transição de governo: Bolsonaro teria incentivado a normalidade institucional.
- Delação de Mauro Cid: considerada frágil e não corroborada.
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