Absolvição de policiais em grupo de extermínio no Amazonas

Júri popular inocenta cinco acusados após nove anos de processo

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  • Cinco réus foram absolvidos no caso “Fim de Semana Sangrento”.
  • O julgamento ocorreu no Tribunal do Júri de Manaus em 2025.
  • Ministério Público pediu condenação parcial e absolvição de três.
  • Absolvição de policiais em grupo de extermínio no Amazonas reabre debate sobre milícias.

Em decisão unânime, o Tribunal do Júri de Manaus absolveu, em 1º de agosto de 2025, cinco réus acusados de integrar um grupo de extermínio no caso conhecido como “Fim de Semana Sangrento”. O julgamento, realizado na 3ª Vara do Tribunal do Júri, encerra um processo iniciado em 2016 e que envolvia policiais militares do Amazonas.

Os réus Dorval Junio Carneiro de Matos, Bruno Cezanne Pereira, Silvio José Silva de Oliveira, Klebert Cruz de Oliveira e George Macdonald Rodrigues de Oliveira foram acusados de homicídio qualificado, formação de milícia privada (art. 288-A do Código Penal) e adulteração de sinal identificador de veículo automotor (art. 311).

Conselho de Sentença rejeita autoria dos crimes

Durante o julgamento, o Conselho de Sentença respondeu negativamente aos quesitos de autoria e materialidade, levando à absolvição total. O juiz Eliezer Fernandes Júnior declarou improcedente a pretensão punitiva do Estado, revogando medidas cautelares e alvarás de prisão.

Segundo o Ministério Público do Amazonas (MP-AM), os crimes teriam sido cometidos com motivação torpe e dificultado a defesa das vítimas. No entanto, na fase plenária, o MP pediu a condenação apenas de Dorval e Bruno, solicitando a absolvição dos demais.

Como foi conduzido o julgamento?

O julgamento foi marcado pela ausência de testemunhas e foco em provas documentais. Os réus exerceram o direito à autodefesa de forma parcial, respondendo apenas ao Conselho de Sentença e a seus advogados.

Entre as vítimas citadas na denúncia estavam Álvaro Gabriel Rodrigues Ribeiro, Erick Patrick Santos de Oliveira, Bruno Silva Oliveira e Anderson Sales Soares. A falta de provas diretas foi decisiva para a absolvição.

Reações e impactos da decisão

O resultado dividiu opiniões. Advogados de defesa comemoraram a decisão como vitória da legalidade. Já familiares das vítimas e setores da sociedade civil expressaram frustração e apontaram sensação de impunidade.

Embora a sentença não mencione ligações com milícias, reportagens da imprensa local e investigações anteriores sugeriam a atuação de grupos armados ilegais com participação de agentes públicos.

Três pontos que marcaram o caso

  • Processo durou quase nove anos, desde 2016.
  • Acusação envolvia crimes graves e suposta milícia.
  • Julgamento sem testemunhas e com foco em documentos.

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