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- Mauro Cid pediu ao STF a manutenção da delação premiada.
- Defesa nega participação de Cid na trama golpista.
- Julgamento do Núcleo 1 deve ocorrer em setembro.
- Pedido inclui absolvição ou pena mínima de dois anos.
A defesa de Mauro Cid pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a manutenção dos benefícios da delação premiada e sua absolvição na ação do golpe. O pedido foi feito nesta terça-feira (29) ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
As alegações finais foram protocoladas no processo que apura a trama golpista para reverter o resultado das eleições de 2022. Cid é réu no Núcleo 1, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados militares e civis.
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Defesa nega participação de Cid na trama
Segundo os advogados, Cid apenas presenciou os fatos investigados, sem envolvimento direto. “Não há, em todo o vasto conjunto probatório, um só elemento que comprove que Mauro Cid tenha praticado, instigado ou mesmo compactuado com atos de ruptura institucional”, afirmam.
A defesa cita depoimentos de autoridades militares que atestam a conduta “disciplinada, profissional e leal à Constituição” do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Como a delação impacta o processo?
Os advogados destacam a coragem de Cid ao colaborar com a Polícia Federal, mesmo sendo taxado de traidor. “Isolou-se, perdeu aqueles que considerava seus amigos, a convivência em sociedade, o exercício de sua profissão”, diz o documento.
Graças ao acordo de colaboração, Cid responde ao processo em liberdade. A defesa pede, caso não haja absolvição, que ele receba a pena mínima de dois anos.
Três pontos sobre o julgamento do Núcleo 1
- O Núcleo 1 é o mais avançado entre os quatro grupos investigados.
- A PGR já apresentou denúncia contra os oito réus.
- O julgamento deve ocorrer em setembro na Primeira Turma do STF.
Quem são os réus do Núcleo 1?
Além de Jair Bolsonaro e Mauro Cid, o grupo inclui:
- Walter Braga Netto, general e ex-ministro;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa.
Todos respondem por organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.