Ver resumo
- Lula participou de reunião em Santiago, no dia 21, para debater a defesa da democracia com líderes internacionais.
- O presidente alertou sobre o avanço do extremismo e pediu ações urgentes para proteger o Estado democrático de direito.
- O encontro abordou desigualdades, desinformação e regulação das plataformas digitais como desafios atuais.
- A defesa da democracia seguirá como pauta central na 80ª Assembleia Geral da ONU, com apoio de países como México e Inglaterra.
Presidente Lula defendeu a democracia e criticou o extremismo em reunião no Chile nesta segunda-feira (21), ao lado de líderes da América Latina e Europa.
O encontro de alto nível, realizado em Santiago e organizado por Gabriel Boric, presidente do Chile, reuniu chefes de Estado para debater a defesa da democracia, o combate às desigualdades e a regulação das plataformas digitais. Lula enfatizou que a democracia não é responsabilidade exclusiva dos governos, mas da sociedade como um todo.
Leia Mais:
Lula cobra ação conjunta contra extremismo
“A defesa da democracia requer participação ativa da academia, dos parlamentos, da sociedade civil, da mídia e do setor privado”, afirmou o presidente brasileiro. Ele alertou para o avanço do extremismo e defendeu respostas urgentes para conter ameaças ao Estado democrático de direito.
Também participaram do evento os presidentes Gustavo Petro (Colômbia), Pedro Sánchez (Espanha) e Yamandú Orsi (Uruguai). Após a reunião entre os líderes, o grupo dialogou com representantes da sociedade civil e especialistas em políticas públicas.
Como enfrentar a crise da democracia liberal?
Para Lula, o modelo atual de democracia liberal está esgotado. “Cumprir o ritual eleitoral a cada quatro ou cinco anos não é mais suficiente”, disse. Ele apontou o descrédito dos partidos e das instituições como um risco à legitimidade democrática.
“Conversamos sobre o fortalecimento das instituições democráticas e do multilateralismo em face dos sucessivos ataques que vêm sofrendo.”
O presidente também defendeu a regulamentação das plataformas digitais e o combate à desinformação. “A liberdade de expressão não pode ser confundida com o direito de incitar a violência ou atacar a democracia”, afirmou.
Três temas centrais do encontro no Chile
O evento abordou três eixos principais:
- Defesa da democracia e do multilateralismo
- Combate às desigualdades
- Tecnologias digitais e desinformação
Lula destacou que “sem justiça social, não há democracia possível”. Ele defendeu um novo modelo de desenvolvimento que enfrente desigualdades de raça, gênero e renda.
O que vem a seguir na agenda internacional?
O encontro no Chile é parte de uma série de reuniões iniciadas em setembro de 2024, durante a 79ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York. A próxima etapa será em setembro deste ano, na 80ª Assembleia Geral, com a presença de líderes de países como México, Canadá, Inglaterra e África do Sul.
Lula e Sánchez lideram a iniciativa, que busca criar uma frente internacional para fortalecer a democracia e enfrentar ameaças autoritárias em escala global.