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- O ministro Fernando Haddad defendeu, em 8 de agosto, em Brasília, a taxação de casas de apostas para fortalecer a arrecadação.
- A tributação das bets pode gerar bilhões por ano e beneficiar estados como o Amazonas via Fundo de Participação.
- A medida integra o pacote fiscal que inclui reforma do IOF e isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira (8) a taxação de casas de apostas, conhecidas como “bets”, que operam no Brasil. Segundo ele, as plataformas digitais lucram alto, geram pouco emprego e enviam recursos para o exterior sem contrapartida ao país.
“O governo anterior tratou as bets como se fossem instituições filantrópicas, sem cobrar um centavo de imposto”, afirmou Haddad. O ministro comparou o setor com o de bebidas alcoólicas e cigarros, que têm tributação elevada por impacto social.
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Taxação de casas de apostas no Brasil
Para Haddad, as bets devem ser enquadradas com regras fiscais mais rígidas. “É um setor difícil de administrar. Proibir não resolve. Precisamos regular e tributar”, disse. A proposta visa aumentar a arrecadação e garantir justiça fiscal.
No site do Ministério da Fazenda, o governo informa que a taxação das apostas online pode gerar bilhões em receita anual. Estados como o Amazonas também podem se beneficiar com repasses do Fundo de Participação.
Impacto fiscal e cenário político
Haddad destacou que a medida faz parte do esforço para fortalecer as contas públicas. “Estamos buscando resultados fiscais robustos, com crescimento e inflação controlada”, disse. Ele criticou setores que, segundo ele, sabotam o ajuste por interesse eleitoral.
No Amazonas, a arrecadação federal cresceu 3,5% em 2023, segundo dados da Receita Federal. A inclusão das bets no sistema tributário pode ampliar esse crescimento.
Impasses sobre o IOF
Haddad também comentou o impasse sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O STF suspendeu decretos do Executivo e do Congresso sobre o tema. O ministro Alexandre de Moraes convocou audiência de conciliação para 15 de julho.
“Não vejo isso como Fla-Flu. É uma questão institucional”, disse Haddad. Ele reforçou que o governo mantém diálogo com o Congresso e que vai se reunir com o presidente da Câmara, Hugo Motta.
Reforma do Imposto de Renda
O ministro afirmou estar confiante na aprovação do projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. Segundo ele, o relator Arthur Lira tem mantido diálogo constante com o governo.
“Acredito que será aprovado com ampla maioria”, afirmou. A proposta pode beneficiar milhares de trabalhadores no Amazonas, onde o salário médio é de R$ 2.400, segundo o IBGE.
Para Haddad, medidas como a taxação das bets, a reforma do IOF e a atualização do IR são essenciais para manter a estabilidade econômica e garantir justiça fiscal em todo o país.