Emendas parlamentares do PT financiam TVT com R$ 5,5 mi

Parlamentares defendem legalidade dos repasses e destacam papel social da emissora sindical na comunicação pública.

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  • Deputados e senadores do PT destinaram R$ 5,5 milhões à TVT desde 2017 via emendas parlamentares para apoiar comunicação pública.
  • Ministros como Gleisi Hoffmann e Alexandre Padilha estão entre os 21 parlamentares que assinaram os repasses públicos à emissora sindical.
  • A prática levanta debate sobre o uso de emendas parlamentares em veículos com alinhamento político e função social declarada.

Deputados e senadores do PT destinaram R$ 5,5 milhões em emendas parlamentares para a TV dos Trabalhadores (TVT), canal mantido por sindicatos e alinhado ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A prática ocorre há sete anos e envolve 21 parlamentares, incluindo ministros do atual governo.

Entre os nomes estão Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Alexandre Padilha (Saúde) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário). As emendas foram usadas para financiar equipamentos e programas jornalísticos.

Emendas parlamentares e comunicação pública

Segundo Maurício Júnior, diretor da TVT, os recursos complementam o orçamento sindical e viabilizam conteúdos educativos. A fundação que gere a TVT afirma que os projetos retratam “o Brasil real”, com foco em periferias e comunidades tradicionais.

A TVT integra a Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP) e mantém convênios com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Em 2023, dois acordos somaram R$ 2,6 milhões, pagos com emendas de parlamentares petistas.

Ministros enviaram recursos à TVT

Gleisi Hoffmann destinou R$ 350 mil à TVT entre 2023 e 2024. A assessoria não comentou o alinhamento editorial da emissora. Alexandre Padilha afirmou que a TVT não é partidária e que as emendas foram registradas no Portal da Transparência.

Paulo Teixeira enviou R$ 200 mil, parte ainda sob o governo Bolsonaro. Segundo ele, a análise do mérito cabe ao Executivo. Para o ministro, a TVT cumpre função social relevante.

Origem sindical e histórico da TVT

A TVT surgiu em 1983 com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Em 2010, tornou-se emissora oficial. A fundação responsável é presidida por Paulo Roberto Salvador, réu na Lava Jato por lavagem de dinheiro. Ele deve ser substituído por Maurício Júnior em 2025.

O canal é financiado por sindicatos e depende de emendas para ampliar a produção. A emissora já teve contratos com a TV Record e mantém parcerias com a EBC desde 2010.

Parlamentares defendem legalidade e função social

O senador Jaques Wagner (PT-BA) e o deputado Alfredinho (PT-SP) foram os que mais destinaram recursos: R$ 500 mil cada. Alfredinho defende a legalidade dos repasses e afirma conhecer o trabalho da TVT.

Benedita da Silva (PT-RJ) também enviou emendas e justificou a ação como apoio à informação de qualidade. Segundo ela, o investimento reflete compromisso com o setor cultural nacional.

Contexto político no Amazonas e Brasil

No Amazonas, o uso de emendas parlamentares para comunicação é tema recorrente. A prática exige transparência para evitar favorecimento político. O caso da TVT expõe como verbas públicas podem financiar veículos com orientação editorial específica.

Segundo o TSE, a legislação permite emendas para cultura e comunicação, desde que haja interesse público. O debate se intensifica diante da polarização política e da necessidade de democratizar o acesso à informação no país.

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