Ver resumo
- Lula deve rejeitar o aumento de deputados ainda este ano, em Brasília, para evitar desgaste com a opinião pública.
- A proposta criaria 18 novas cadeiras e custaria R$ 65 milhões por ano aos cofres públicos.
- Estados como Amazonas ganhariam vagas, enquanto a Paraíba perderia representação com a redistribuição de cadeiras na Câmara.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve rejeitar o aumento de deputados na Câmara, medida que ampliaria de 513 para 531 o número de cadeiras. A decisão vem após forte rejeição popular: segundo o Datafolha, 76% dos brasileiros são contra a proposta.
A proposta foi aprovada pelo Congresso como resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a redistribuição das vagas conforme o Censo 2022. Para evitar perdas em estados como a Paraíba, deputados criaram 18 novas vagas.
Leia Mais:
Aumento de deputados e impacto político
O projeto é visto como impopular por aliados do governo. Internamente, o Planalto avalia deixar o texto caducar, evitando sanção ou veto direto. Assim, a promulgação caberia ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Essa estratégia sinaliza insatisfação com o Congresso, especialmente após a derrubada do decreto do IOF. No entanto, evita novo confronto direto entre os Poderes.
Consequências fiscais e eleitorais
A criação de 18 novas cadeiras teria um custo anual de R$ 65 milhões. O valor inclui salários, benefícios e estrutura administrativa para os novos parlamentares.
O tema afeta diretamente estados como Amazonas, Pará e Santa Catarina, que ganhariam cadeiras extras. Já estados como a Paraíba perderiam representação, o que motivou a reação da Câmara.
Amazonas e a redistribuição de cadeiras
Com crescimento populacional acima da média, o Amazonas seria um dos beneficiados. Segundo o IBGE, o estado atingiu 3,9 milhões de habitantes em 2022, o que justificaria mais representatividade na Câmara.
Deputados da bancada amazonense apoiaram a proposta, mas enfrentam resistência da opinião pública. A manutenção da medida pode gerar desgaste político local, especialmente em ano pré-eleitoral.
Decisão de Lula será estratégica
Ao não sancionar o projeto, Lula transfere a responsabilidade ao Congresso. Isso preserva sua imagem diante da população e evita atritos maiores com líderes partidários.
O impasse evidencia o desequilíbrio entre representatividade e custos públicos. A decisão final pode marcar novo capítulo na relação entre Executivo e Legislativo.