Marina Silva enfrenta ataques no Congresso sobre Amazônia

Durante audiência sobre política ambiental, ministra é alvo de ataques de deputados da bancada ruralista.

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  • Marina Silva foi hostilizada por deputados ruralistas em audiência na Câmara em 2 de agosto, ao defender políticas ambientais.
  • Deputado Evair de Melo comparou a ministra a grupos armados e a chamou de “câncer ideológico”.
  • Apesar dos ataques, Marina Silva destacou queda de 46% no desmatamento e crescimento de 15% no agronegócio em 2023.

Marina Silva sofre novos insultos em comissão no Congresso. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima foi alvo de ataques verbais durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. O encontro, realizado em 2 de agosto, teve como foco a política ambiental do governo federal.

Convocada para prestar esclarecimentos, Marina enfrentou críticas de parlamentares da bancada ruralista. O deputado Evair de Melo (PP-ES) comparou a ministra a grupos armados como Hamas e Farc. Ele também repetiu uma declaração anterior, associando Marina a um “câncer ideológico”.

Ministra do Meio Ambiente enfrenta ataques na Câmara

Durante sua fala, Marina defendeu as ações do governo. Ao ser interrompida por Cabo Gilberto (PL-PB), que pediu que ela “se acalmasse”, a ministra rebateu a fala como um gesto machista. Segundo ela, homens exaltados raramente são repreendidos da mesma forma.

Em maio, Marina já havia sido atacada por senadores na Comissão de Infraestrutura do Senado. Na ocasião, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou que ela não merecia respeito. A ministra deixou a audiência antes do fim.

Contexto político e ambiental no Amazonas e no Brasil

O embate reflete a tensão entre agendas ambientais e interesses do agronegócio. No Amazonas, estado com a maior parte da floresta amazônica, o debate é central. Dados do INPE mostram queda de 46% no desmatamento na Amazônia em 2023.

Marina destacou que o agronegócio cresceu 15% no mesmo período. A renda per capita também subiu 11%, segundo dados do IBGE. Ela afirmou que é possível conciliar produção e preservação.

Disputa entre ruralistas e ambientalistas se intensifica

O deputado Evair representa a Frente Parlamentar da Agropecuária. O grupo pressiona por flexibilizações ambientais. Já o Ministério do Meio Ambiente defende a aplicação rigorosa da legislação.

Durante a audiência, Marina afirmou: “É preferível sofrer a injustiça do que praticá-la”. Ela também criticou o que chamou de “porteira aberta ao negacionismo e ao machismo”.

A sessão durou mais de 5h30. O presidente da comissão, Rodolfo Nogueira (PL-MS), interveio diversas vezes para conter os ânimos.

Impactos políticos e ambientais no futuro

O embate evidencia o desafio do governo em avançar com sua agenda ambiental. A pressão ruralista no Congresso pode dificultar a aprovação de medidas de proteção ambiental.

Especialistas alertam para os riscos de retrocessos em políticas climáticas. O Brasil assumiu compromissos internacionais, como o Acordo de Paris, que exigem redução contínua do desmatamento.

Apesar dos ataques, Marina reiterou seu compromisso com a agenda ambiental. “Se você pratica a injustiça, a reparação um dia virá”, concluiu.

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