Garimpo ilegal na Amazônia causa doenças e mortes brutalmente

Estudo revela que a mineração clandestina expõe trabalhadores a riscos extremos, violência, doenças graves e desaparecimentos frequentes.

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  • Entre 2022 e 2024, REPAM-Brasil e Instituto Conviva investigaram na Amazônia os impactos do garimpo ilegal sobre trabalhadores vulneráveis.
  • Doenças como gota (24%) e malária (19%) afetam garimpeiros expostos a mercúrio e sem acesso à saúde básica.
  • O garimpo ilegal envolve tráfico e violência, reduz expectativa de vida a cinco anos e favorece desaparecimentos impunes.

Garimpo ilegal na Amazônia expõe trabalhadores a doenças, violência e desaparecimentos. Estudo da REPAM-Brasil e do Instituto Conviva revela impactos severos sobre pessoas cooptadas para a atividade.

Entre 2022 e 2024, 389 pessoas foram entrevistadas em quatro capitais amazônicas. O levantamento mostra que o garimpo ilegal afeta não só o meio ambiente, mas também a saúde e a dignidade humana.

Garimpo ilegal e doenças entre trabalhadores

As doenças mais comuns em 2024 foram gota (24%), malária (19%), tuberculose (14%) e bronquite (13%). O contato com o mercúrio e a ausência de assistência médica agravam o cenário.

A expectativa de vida desses trabalhadores caiu para cinco anos, segundo o estudo. A média nacional era de 76,4 anos em 2023, segundo o IBGE.

Mortes no garimpo: causas e riscos

As principais causas de morte foram afogamento (20%), soterramento (19%) e ataques de animais (18%). A ausência do Estado e a atuação de facções aumentam os riscos.

O garimpo ilegal se associa ao tráfico de drogas, armas e pessoas. Isso amplia a insegurança nas regiões de mineração clandestina.

Garimpo como última opção

Segundo os pesquisadores, o garimpo não é escolha, mas falta de opção. A migração forçada é impulsionada pela desesperança urbana e rural.

Trabalhadores relatam jornadas precárias, sem direitos ou segurança. Muitos vivem em situação de rua antes de serem cooptados para a atividade ilegal.

Mulheres no garimpo ilegal

O estudo destaca o tráfico de meninas entre 12 e 14 anos. Elas são levadas a garimpos sob falsas promessas e submetidas a violência sexual e psicológica.

Casos como o de Valéria, mergulhadora em garimpo na Terra Yanomami, revelam tentativas de assassinato para evitar divisão de lucros.

Desaparecimentos e impunidade

Rosa, mãe de um desaparecido, busca o filho há 18 anos. Ela relata que autoridades não entram nos garimpos, considerados “terra de ninguém”.

O estudo reforça a necessidade de políticas públicas para combater o garimpo ilegal e proteger trabalhadores e comunidades amazônicas.

O tema exige atenção nacional e articulação entre governo federal, estados e órgãos de justiça.

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