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- Sérgio Moro foi citado pela PF em pedido ao STF, em 2024, por suposta ligação com fraudes no INSS.
- O esquema da farra dos descontos do INSS teria movimentado mais de R$ 320 milhões desde 2022.
- Moro negou envolvimento e afirmou que a fraude ocorreu no INSS e no Ministério da Previdência.
O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) reagiu à citação de seu nome em pedido da Polícia Federal ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o caso conhecido como farra dos descontos do INSS. A investigação apura fraudes bilionárias em descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O pedido da PF visa reunir inquéritos relacionados à Operação Sem Desconto. O nome de Moro, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro, apareceu ao lado de Onyx Lorenzoni (PP-RS) e do deputado Fausto Pinato (PP-SP).
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Farra dos descontos no INSS: contexto da investigação
A investigação aponta que entidades como a Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB) descontavam valores diretamente dos contracheques de aposentados sem autorização. O esquema teria movimentado mais de R$ 320 milhões desde 2022, quando firmou acordo com o INSS.
Segundo o Metrópoles, Felipe Macedo Gomes, presidente da ABCB, doou R$ 60 mil à campanha de Onyx ao governo do RS. As tratativas com o INSS começaram quando Onyx era ministro da Previdência.
Sérgio Moro nega envolvimento em fraudes
Moro afirmou que o Ministério da Justiça, sob sua gestão, não teve relação com contribuições associativas ou descontos em aposentadorias. “O crime ocorreu no Ministério da Previdência e no INSS”, disse ao Metrópoles.
Ele criticou a inclusão de seu nome, dizendo que Toffoli não viu relação entre ele e as fraudes. “Parece uma tentativa de desviar a atenção das responsabilidades do governo atual”, declarou.
Ligação entre os citados e o esquema
Onyx nega conhecer Felipe Macedo e afirma que todas as doações foram legais. Já Fausto Pinato explicou que o escritório político onde atua hoje foi alugado por um assessor em 2024. Antes, o espaço era ocupado por pessoas ligadas à Amar Brasil.
Não há, até o momento, indícios diretos de participação de Moro, Onyx ou Pinato nas fraudes. A menção aos nomes foi feita por um delegado que não integra a equipe da Operação Sem Desconto.
Delegado cita Tacla Duran e pede unificação dos inquéritos
O pedido ao STF foi feito pelo delegado Rafael Dantas, com base em depoimento de Rodrigo Tacla Duran, investigado na Lava Jato. Ele relacionou o caso do INSS a denúncias contra Moro.
Com isso, Toffoli autorizou o envio de inquéritos da Justiça Federal ao STF. A decisão pode influenciar o andamento das apurações e trazer novos desdobramentos políticos.
No Amazonas, o tema repercute entre aposentados e servidores públicos. O estado tem mais de 400 mil beneficiários do INSS, segundo dados de janeiro de 2024.
O caso reforça a importância de transparência nos acordos firmados por órgãos federais, com impacto direto na renda de aposentados em todo o Brasil.