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- O ministro Fernando Haddad defendeu, na USP em 27/10, a mobilização progressista para enfrentar a desigualdade social no Brasil.
- Segundo Haddad, R$ 800 bilhões em renúncias fiscais favorecem os ricos, enquanto os pobres sustentam o sistema tributário.
- Ele alertou que a desigualdade social compromete o desenvolvimento e a imagem internacional do país.
Em palestra nesta sexta-feira (27), na Faculdade de Direito da USP, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a mobilização das forças progressistas. O objetivo, segundo ele, é combater a desigualdade social e enfrentar o avanço de forças que chamou de “obscurantistas”.
Haddad destacou que o atual cenário político global exige um novo projeto social. Para o ministro, é preciso disputar ideias com base no conhecimento e na empatia, buscando um futuro mais justo.
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Desigualdade social e justiça fiscal
Durante o evento, Haddad afirmou que o Brasil está entre os países mais desiguais do mundo. Ele criticou o sistema tributário, que, segundo ele, penaliza os mais pobres. “A base da pirâmide sustenta o Estado, enquanto o topo contribui pouco”, disse.
O ministro citou dados de renúncia fiscal que somam R$ 800 bilhões. Segundo ele, esse valor beneficia principalmente os mais ricos, enquanto os mais pobres seguem arcando com a maior parte da carga tributária.
Impacto no Amazonas e regiões periféricas
O Amazonas, assim como outras regiões da Amazônia Legal, enfrenta altos índices de desigualdade. Segundo o IBGE, a taxa de pobreza na região Norte é uma das mais elevadas do país.
Haddad defendeu que políticas públicas devem priorizar essas regiões. Para ele, o combate à desigualdade passa por incluir os mais pobres no orçamento e garantir justiça fiscal para os mais ricos.
Mobilização política e papel da juventude
O evento “Juventude, Democracia e os Novos Caminhos para a Política no Brasil” reuniu estudantes e ex-alunos da USP. Haddad incentivou o engajamento político e o debate público como ferramentas para a transformação social.
“Não é hora de se recolher. É hora de disputar ideias”, afirmou. Ele destacou que a juventude tem papel central na construção de um projeto de país mais igualitário.
Conflito com o Congresso e IOF
Haddad evitou comentar diretamente a decisão do Congresso sobre o IOF. O Legislativo derrubou o decreto presidencial que aumentava as alíquotas do imposto. O ministro afirmou que aguardará a posição do presidente Lula.
Ele criticou a resistência das elites econômicas em participar do ajuste fiscal. “Quando o ajuste atinge os mais ricos, ele deixa de ser interessante”, disse.
Desigualdade como entrave ao desenvolvimento
O ministro concluiu que a desigualdade compromete o respeito internacional ao Brasil. “Um país que quer ser respeitado precisa se respeitar internamente”, afirmou.
Para Haddad, a verdade sobre a desigualdade precisa ser enfrentada. “Ela é o início da solução”, disse, defendendo um debate público baseado em dados e responsabilidade social.