Mauro Cid: PF apura pressão de aliados de Bolsonaro

Familiares do delator relataram tentativas de influenciar sua defesa após acordo com a Polícia Federal.

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  • Advogados ligados a Bolsonaro são investigados por pressionar a família de Mauro Cid em 2023, após delação no STF.
  • Gabriela Cid gravou ligação de Fábio Wajngarten, e a PF apura contradições nas falas do advogado Eduardo Kuntz.
  • A delação do Mauro Cid pode impactar alianças políticas e o eleitorado conservador no Amazonas em 2024.

Advogados ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) são investigados por possível interferência na defesa do tenente-coronel Mauro Cid. Cid é delator em inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre tentativa de golpe de Estado. A Polícia Federal (PF) ouviu familiares do militar, que relataram pressão para trocar de advogado.

Gabriela Cid, esposa de Mauro Cid, afirmou que Fábio Wajngarten, ex-advogado de Bolsonaro, fez ligações insistentes em 2023. Segundo ela, a intenção era convencê-la a substituir o advogado Cezar Bitencourt, responsável pela delação premiada do militar.

Pressão sobre família de Mauro Cid

Gabriela registrou em vídeo uma das ligações com Wajngarten. Ela disse que ele tentou persuadi-la a trocar de defesa. A abordagem ocorreu após Cid fechar acordo com a PF. A mãe do militar, Agnes Barbosa Cid, também relatou abordagens.

Agnes afirmou que o advogado Eduardo Kuntz, defensor de Marcelo Câmara, visitou-a três vezes. Duas dessas visitas ocorreram em uma hípica em São Paulo, onde a neta competia. Em uma delas, Kuntz estava com Paulo Bueno, atual advogado de Bolsonaro.

Ministro do STF vê indícios de obstrução

Diante dos relatos, o ministro Alexandre de Moraes autorizou novas diligências. A PF deve ouvir Wajngarten e Paulo Bueno em até cinco dias. A decisão veio após a defesa de Cid entregar documentos que contradizem declarações de Kuntz.

Kuntz havia afirmado que nunca procurou a família de Cid. A PF agora apura se houve tentativa de obstrução da investigação sobre a articulação golpista. O caso envolve militares e assessores próximos ao ex-presidente.

Contexto político no Amazonas e no Brasil

No Amazonas, o caso repercute entre parlamentares da bancada federal. A relação entre militares e política é tema sensível no estado, que abriga unidades estratégicas do Exército. A investigação nacional reforça debates sobre democracia e instituições.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Jair Bolsonaro teve ampla votação no Amazonas em 2022. O caso Mauro Cid pode influenciar o cenário eleitoral de 2024, especialmente entre eleitores conservadores.

O avanço das investigações no STF pode impactar alianças políticas locais. Líderes do PL e partidos aliados monitoram o desdobramento. A eventual responsabilização de aliados de Bolsonaro pode afetar estratégias em estados como o Amazonas.

Desdobramentos e próximos passos

A PF deve concluir os depoimentos nos próximos dias. O STF avaliará se há elementos para novas medidas. A delação de Cid é peça central no inquérito sobre tentativa de golpe. O caso segue sob sigilo parcial.

O portal Os Três Poderes continuará acompanhando os desdobramentos.

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