Código Eleitoral: Senado adia votação após impasse político

Parlamentares não chegaram a consenso sobre pontos polêmicos da proposta e nova data ainda será definida.

Compartilhe

Ver resumo
  • O Senado adiou para 9 de julho a votação do Código Eleitoral após críticas da oposição sobre fake news e urnas eletrônicas.
  • O relator Marcelo Castro defende regras contra desinformação e quarentena para juízes, enquanto opositores citam censura e restrição de direitos.
  • O projeto eleitoral reserva 20% das cadeiras do Legislativo para mulheres e unifica sete leis eleitorais.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou para 9 de julho a votação do PLP 112/2021, que propõe um novo Código Eleitoral. O impasse ocorreu após críticas da oposição a dispositivos que combatem fake news e tratam da segurança das urnas eletrônicas.

O relator Marcelo Castro (MDB-PI) se reunirá com líderes partidários. O prazo para novas emendas vai até 2 de julho.

Fake news e liberdade de expressão

Senadores da oposição alegam que o projeto limita o debate político. Rogério Marinho (PL-RN) classificou os dispositivos como “censura”.

Castro rebateu: “Mentiras distorcem a vontade popular. A democracia precisa se proteger.”

O texto proíbe o uso de recursos públicos para disseminar desinformação. Também veda incitação à violência e ataques à democracia.

Críticas ao sistema eleitoral

O Artigo 454 prevê prisão para quem divulgar fatos inverídicos com fins eleitorais. A pena aumenta se houver tentativa de desacreditar o processo de votação.

Para Mecias de Jesus (Republicanos-RR), isso inviabiliza críticas legítimas. Castro respondeu que críticas são permitidas, mas não a propagação de mentiras para gerar instabilidade.

O Supremo Tribunal Federal já apontou a desinformação como fator no ataque de 8 de janeiro de 2023.

Quarentena para cargos públicos

O projeto impõe quarentena de dois anos para juízes, promotores, militares e policiais que desejem se candidatar.

Castro defendeu a medida como forma de evitar uso político de cargos públicos. “Carreiras de Estado não podem se confundir com atividade política.”

Sérgio Moro (União-PR) criticou a proposta. Ele disse que a quarentena pode restringir direitos políticos.

Cota de gênero no Legislativo

O texto reserva 20% das cadeiras no Parlamento para mulheres. Apenas candidatas com ao menos 10% do quociente eleitoral poderão ocupar essas vagas.

Eduardo Girão (PL-CE) se opôs à medida, alegando discriminação. Eliziane Gama (PSD-MA) defendeu a cota como essencial para a igualdade política.

Segundo o TSE, mulheres ocupam apenas 18% das cadeiras na Câmara dos Deputados.

Impacto no Amazonas e no Brasil

O novo Código Eleitoral pode alterar a dinâmica política no Amazonas. Partidos locais terão de se adaptar às novas regras de prestação de contas e candidaturas.

O projeto unifica sete leis eleitorais e inclui regras para propaganda digital e inelegibilidade. A proposta visa modernizar o sistema eleitoral brasileiro.

O debate reflete a polarização política nacional e a tensão entre liberdade de expressão e combate à desinformação.

Corpatilhe:
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore