Bolsonaro nega golpe ao STF e defende a Constituição

Em depoimento, ex-presidente afirma que respeitou os limites legais e nega tentativa de ruptura institucional.

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  • O ex-presidente Bolsonaro depôs ao STF em 10 de outubro, negando envolvimento em tentativa de golpe após as eleições.
  • Ele contestou a versão de Mauro Cid sobre a minuta do golpe, alegando que o documento não tinha validade formal.
  • A investigação da PGR inclui Bolsonaro e mais sete réus por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento nesta terça-feira (10) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele negou ter cogitado qualquer tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo Bolsonaro, a medida seria “danosa” ao país e jamais foi discutida em seu governo.

O depoimento faz parte da ação penal que investiga uma suposta trama golpista para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente foi ouvido na condição de réu e respondeu a questionamentos sobre documentos e reuniões suspeitas.

Bolsonaro nega plano de golpe de Estado

Durante a oitiva, Bolsonaro afirmou que nunca houve intenção de romper com a ordem constitucional. “Golpe é abominável. O Brasil não poderia passar por isso”, declarou. Ele também afirmou que a possibilidade sequer foi cogitada por membros de seu governo.

O ex-presidente reforçou seu compromisso com a legalidade. “Sempre estive do lado da Constituição”, disse. A declaração busca afastar suspeitas de que ele teria incentivado atos antidemocráticos no fim de seu mandato.

Minuta de intervenção militar é contestada

Bolsonaro também negou envolvimento com a chamada “minuta do golpe”. O documento teria sugerido uma intervenção militar para anular as eleições. Segundo o tenente-coronel Mauro Cid, Bolsonaro teria lido e sugerido alterações no texto.

O ex-presidente contestou a versão do ex-ajudante de ordens. “Não procede o enxugamento. Não há cabeçalho nem fecho”, afirmou. A minuta foi apreendida pela Polícia Federal e é uma das principais provas da investigação.

Contexto político no Amazonas e Brasil

No Amazonas, o tema repercute entre lideranças políticas e eleitorado. O estado registrou ampla participação nas eleições de 2022, com mais de 2,3 milhões de eleitores, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Parlamentares da bancada amazonense acompanham os desdobramentos do caso. A estabilidade institucional é tema recorrente em discursos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Bolsonaro e outros sete acusados por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Eles integram o núcleo 1 da denúncia, segundo a PGR.

O interrogatório deve seguir até as 20h. A defesa do ex-presidente e representantes do Ministério Público ainda podem fazer perguntas. O caso segue sob sigilo parcial no STF.

Próximos passos no inquérito

O Supremo deve analisar se há elementos suficientes para levar os réus a julgamento. O processo pode impactar o cenário político nacional e influenciar as eleições municipais de 2024.

Analistas avaliam que o desfecho do caso pode afetar alianças regionais, inclusive no Norte. O Amazonas, com forte presença militar e evangélica, tem papel estratégico no debate político.

O STF ainda deve ouvir outros envolvidos. A expectativa é de que novas delações e provas documentais ampliem o escopo da investigação.

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